Com 35 dias sem chuva, bombeiros apagam 13 queimadas por dia
“A maioria é proposital”, afirma o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Marcos Meza
A estiagem em Mato Grosso do Sul completa 35 dias nesta quarta-feira (18) e uma das consequências é o aumento no número de queimadas. Em Campo Grande, a média tem sido de 13 chamados por dia para o Corpo de Bombeiros combater fogo em terrenos baldios. No Estado, são 23 ocorrências registradas diariamente.
De 1º de janeiro a 17 de julho, foram 2.201 incêndios em matagais atendimento nas cidades de Mato Grosso do Sul, metade deles – 1.119 – em Campo Grande. Os números são 53% e 52% superiores aos registrados no mesmo período do ano passando, quando no Estado, os bombeiros foram chamados para 1.437 ocorrências e na Capital, para 736.
O tenente-coronel Marcos Meza, da assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros e especialista a queimadas urbanas, explica que o tempo seco contribui para o aumento na estatística, uma vez que com a vegetação seca e o vento, as chamas se espelham com facilidade.
Ele lembra, entretanto, que a maioria dos incêndios são provocados. “A maioria é proposital. As pessoas colocam fogo para limpar o mato ou para queimar lixo, e tem os piromaníacos mesmo”.
Nesta manhã, os bombeiros foram apagar fogo em terreno próximo a dois hospitais da cidade, um deles o Proncor. As chamas se alastraram no bairro Chácara Cachoeira e os vizinhos, que enviaram vídeo ao Campo Grande News, reclamam que atendimento dos bombeiros demorou.
Os bombeiros vão a todos os locais para onde são chamados, mas admitem que a demanda é maior que a disponibilidade de equipes, o que pode atrasar o tempo de resposta do atendimento.
Atear fogo em terrenos baldios é crime ambiental previsto no artigo 250 do Código Penal. Quem for flagrado colocando fogo pode ser preso por até quatro anos, além de pagar multa. A população pode denunciar flagrante à polícia, pelo 190.
Tempo - A quarta-feira (18) já começou com alerta de baixa umidade do ar para 29 municípios, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Os níveis podem atingir 20%, abaixo do ideal para saúde humana conforme o recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Já são 35 dias de estiagem em todo o Estado e não há previsão de chuva até a sexta-feira (21).