Do touro Budu à onça, os bichos que provocaram comoção em 2020
No Pantanal, foram registradas cenas tristes de bichos fugindo das queimadas
Em ano atípico por causa da pandemia da covid-19, 2020 também foi marcado por histórias envolvendo animais. Em Campo Grande, teve boi em condomínio, touro solto em avenida movimentada, bovino dentro de fossa desativada e bezerro transportado em porta-malas de carro. Teve susto, corre-corre e comoção.
No Pantanal sul-mato-grossense, um dos biomas mais ricos e lindos do planeta, foram registradas cenas tristes de bichos fugindo das queimadas. Animais que sobreviveram ao incêndio perambulavam desorientados em busca de água e comida. Muitos foram socorridos com as patas queimadas, debilitados por inalar fumaça e não resistiram. Outros, não conseguiram escapar da velocidade do fogo e viraram cinzas, carcaças.
Teve também final feliz de animais resgatados por equipes de veterinários, de voluntários e de ONGs, que passaram por tratamento e conseguiram, ou ainda vão, voltar para a natureza. Quase 30% do Pantanal, refúgio para espécies ameaçadas de extinção que vivem em outras regiões, foi devastado pelas queimadas.
Boi em condomínio - Em janeiro deste ano, o touro Budu de mais de uma tonelada fugiu de uma chácara na região e invadiu o condomínio Patrícia Galvão, na saída para São Paulo, em Campo Grande. Depois de assustar a comunidade, na noite do dia 11, o animal acabou laçado por bombeiros, amarrado a uma árvore, mas por volta de uma da manhã, morreu por enforcamento. No outro dia, o animal foi retirado de dentro do condomínio por um grupo de pessoas e certamente, "virou churrasco".
Touro descontrolado - Um mês depois, na manhã do dia 12 de fevereiro, um touro descontrolado foi parar no cruzamento da Avenida Gury Marques com Guaicurus, no Bairro Universitário, também na saída para São Paulo. Após muita correria, perseguição a policiais, bombeiros, repórter e ferir uma pessoa, o animal foi contido e levado pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses).
O homem de 40 anos, que teve o pulmão perfurado no ataque, foi liberado do hospital três dias depois. O caso foi investigado pela 4ª Delegacia de Polícia Civil das Moreninhas. O dono foi identificado e responsabilizado administrativamente por posse irresponsável de animais.
Bovino em fossa - Em abril, um touro de cerca de 800 quilos caiu em fossa coberta só com madeiras, no Bairro Santa Luzia. O animal ficou preso no buraco, de 3 metros de profundidade, por 1,5 metro de circunferência. Não se sabe por quanto tempo.
Com um guincho, o bovino foi içado de lá depois de 90 minutos de muito trabalho da equipe dos bombeiros. O touro foi levado para o CCZ, que ia procurar o dono. Quem deixa animais soltos na rua responde por omissão de cautela, além de ser multado.
Bezerro no porta-malas - Em novembro, o vídeo de um bezerro sendo transportado no porta-malas do carro chamou a atenção nas redes sociais. Após ser liberado, o animal que estava em tratamento na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) foi levado para casa no porta-malas do Chevrolet Celta do dono.
Segundo o proprietário identificado apenas como Régis, esse foi o único jeito de levar o bezerro de volta. A cena foi flagrada próximo à rotatória da Coca-Cola, na região da Vila Olinda.
Onça ferida - No começo do mês passado, duas onças-pintadas macho resgatadas com queimaduras na Serra do Amolar, foram trazidas de avião da Força Aérea Brasileira para tratamento no Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres). Uma delas não resistiu aos ferimentos e morreu. O óbito foi registrado cerca de duas horas após o animal dar entrada no local. A onça que sobreviveu se recupera bem, já ganhou cerca de 8 quilos e poderá retornar ao seu habitat natural em 2021.
Queimaduras graves - No dia 12 de setembro, uma anta com 150 quilos sofreu queimaduras graves e foi socorrida pelos policias militares ambientais de Coxim. Eles foram acionados pelo proprietário de uma chácara, localizada a 4 km da cidade de Rio Verde de Mato Grosso, para socorrer o bicho. A equipe capturou o animal com ferimentos no corpo e nas patas. Ela foi levada para o Cras e morreu quatro dias depois.