Em MS, queimadas durante agosto superam as do ano passado
No entanto, a região do Pantanal de Mato Grosso do Sul registrou menos incêndios
Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o mês de agosto de 2021 foi o que mais registrou focos de incêndio em, pelo menos, os últimos cinco anos monitorados pelo órgão. Entre os dias 1º e 31 do mês que se encerrou ontem, aconteceram 2.646 focos, enquanto o mesmo período do ano passado teve 2.508.
A reportagem levantou os números dos períodos e verificou, no entanto, que houve ligeira redução em tais ocorrências, quando filtrado apenas os registros no Pantanal sul-mato-grossense. Foram quase 1,2 mil neste ano, enquanto o ano histórico de devastação desse bioma, 2020, contabilizou 1,7 mil.
Portanto, os dados evidenciam que outros biomas, sobretudo o Cerrado, têm sido alvo do fogo. Vale lembrar que, conforme relatório elaborado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), foi constatado que a ação humana era responsável por uma série de infrações ambientais.
De acordo com a organização não-governamental WWF (World Wide Fund for Nature) Brasil, o Pantanal se mantém na média histórica da última década, ainda que os últimos dias mês fizeram esse índice crescer expressivamente. Porto Murtinho, a 431 quilômetros de Campo Grande, foi o município com mais incêndios.
Além dele, Corumbá também aparace em situação preocupante, já que ambos contabilizam várias sequelas da ação destruidora do ano passado, ainda que tal devastação não seja novidade.
Segundo o MapBiomas, o bioma perdeu 74% de superfície de água, desde 1985. Em publicação feita pelo WWF, a gerente de ciências da ONG, Mariana Napolitano, destaca que são necessárias medidas para reverter essa situação, e não apenas conter os prejuízos. "Com as mudanças nas médias de temperaturas e precipitação, as queimadas infelizmente serão cada vez mais uma realidade em biomas como Pantanal e o Cerrado".
"Ações de prevenção e manejo do fogo devem ser internalizadas na gestão de áreas protegidas e municípios para evitar o acúmulo de biomassa e ocorrência de grandes incêndios”, afirma.