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Meio Ambiente

Novidade na área: novo tatu-canastra é encontrado no Pantanal após 13 anos

Fêmea identificada na Nhecolândia é esperança de cientistas que estudam espécie com baixa taxa de reprodução

Por Gabriela Couto | 09/01/2024 17:46
Novo indivíduo: fêmea de tatu-canastra foi encontrada no Pantanal da Nhecolândia (Foto: ICAS)
Novo indivíduo: fêmea de tatu-canastra foi encontrada no Pantanal da Nhecolândia (Foto: ICAS)

Uma nova fêmea de tatu-canastra foi identificada no Pantanal. Pesquisadores do projeto Tatu-Canastra, do ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres), que estudam a espécie na Fazenda Baía das Pedras, na Nhecolândia, estão otimistas com a descoberta feita por meio das câmeras traps (armadilhas fotográficas).

Após 13 anos de observação dos indivíduos da região, o avistamento de um novo animal representa um futuro promissor para a continuidade do bicho que é considerado raro.

A identificação foi possível pelas marcas na "carapaça" dela. As escamas funcionam como uma digital. A presença da nova fêmea na área significa diversidade genética.

Tatus-canastras têm uma taxa de reprodução baixíssima, o que reflete na taxa de crescimento da população da espécie.

As fêmeas atingem a maturidade sexual entre 7 e 9 anos. Elas têm apenas uma cria de cada vez, com gestação de cinco meses que ocorre no intervalo de 3 a 4 anos. Devido a essa série de dificuldades na reprodução e a perda do habitat, a ameaça de extinção do tatu-canastra é iminente.

Ainda não há comprovações de quantos filhotes uma fêmea pode ter durante a vida. No entanto, pesquisadores descobriram que os filhotes começam a explorar e procurar alimentos sozinhos a partir dos seis meses, mas continuam compartilhando a toca com a mãe ou perto dela mesmo após terem completado um ano de idade.

Registro feito durante o período noturno foi possível por meio de câmeras traps, armadilhas fotográficas (Foto: ICAS)
Registro feito durante o período noturno foi possível por meio de câmeras traps, armadilhas fotográficas (Foto: ICAS)

Projeto Tatu-canastra - Desde 2010, o ICAS tem desempenhado um papel crucial na conservação do tatu-canastra, o maior tatu do mundo, na sub-região pantaneira da Nhecolândia.

A iniciativa enfrenta desafios significativos devido à baixa densidade populacional dessa espécie ameaçada de extinção.

Até o momento, o Projeto Tatu-Canastra realizou a captura de 41 indivíduos, entre machos e fêmeas. Embora esse número possa parecer reduzido à primeira vista, ele revela a extrema raridade desse animal.

Cada tatu-canastra requer uma área de vida de 25 km², aproximadamente 2,5 mil hectares, reforçando a necessidade de preservação do habitat desse animal. Ele escava tocas imensas, e quando estas são abandonadas, tornam-se abrigo para outras 100 espécies de animais já identificadas pelo projeto.

Atualmente, sete tatus-canastra estão sendo monitorados, cinco por rádio transmissores e dois por armadilhas fotográficas.

Nova fêmea na área ajuda a garantir diversidade genética da espécie e continuidade da existência do bicho raro (Foto: ICAS)
Nova fêmea na área ajuda a garantir diversidade genética da espécie e continuidade da existência do bicho raro (Foto: ICAS)

O biólogo do ICAS, Gabriel Massocato, relata um caso que vem sendo monitorado pela equipe de pesquisadores e que envolve uma fêmea chamada Leslie.

"Desde maio do ano passado, câmeras registraram a visita de um macho às tocas dela. No entanto, a captura desse indivíduo torna-se crucial para avaliar sua saúde e implementar protocolos que aprimorem o entendimento sobre a reprodução dessa espécie ameaçada”, ressalta.

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