Pesquisadores da UFMS desenvolvem milk-shake de bocaiúva em pó
Ideia é que produto possa ser oferecido mesmo no período de enteressafra do fruto
Pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) desenvolveram receita de milk-shake solúvel de bocaiúva, a partir da fruta em pó. O produto está em fase de teste final de estabilidade físico-química para a rotulagem e tem previsão para chegar ao mercado ainda este ano.
O produto foi desenvolvido pela Agrotec - Bioeconomia no Agronegócio, unidade da UFMS ligada à Embrapii (Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), em parceria com o Restaurante e Artesanato Pioneiro, localizado no município de Miranda, e deve fazer parte da linha de produtos Pantanal in Box.
Segundo a coordenadora do projeto e pesquisadora docente, Priscila Aiko Hiane Siroma, destaca a praticidade e a flexibilidade oferecida por um produto solúvel. “O milk-shake de bocaiúva, preparado com polpa, já é comercializado no restaurante da cliente. No entanto, no período de entressafra, não há possibilidade de atender pedidos de forma satisfatória. Daí a necessidade de se propor alternativas para se ter em estoque a matéria-prima para a confecção do shake”, disse.
O projeto reúne equipe multidisciplinar formada por engenheiros agrônomo e de alimentos, farmacêutico e nutricionista, além de técnicos e bolsistas da graduação.
Uma das pesquisadoras envolvidas no trabalho é a professora Juliana Rodrigues Donadon, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição. Segundo ela, outro diferencial do produto desenvolvido é a facilidade de preparo.
“A nossa proposta é um produto que pode ser armazenado na temperatura ambiente e, no ato da preparação, é só adicionar a água, o leite e o gelo. Os consumidores podem adquirir essa preparação em pó e transportar, levar em viagens. Além disso, é um produto que não leva a adição de açúcar, então o consumidor pode preparar na versão tradicional adicionando o pó, o leite e o açúcar ou em uma versão com redução do açúcar”, diz Juliana.
Segundo a pesquisadora, a bocaiúva já vem sendo utilizado no desenvolvimento de vários produtos alimentícios e que também tem chamado muito interesse da comunidade científica em função da sua composição físico-química. “Isso contribui no fortalecimento da cadeia extrativista que já existe e, dessa forma, também na geração de trabalho. Isso traz também benefícios ambientais, como a manutenção dos biomas de origem e a proteção da espécie aqui no Estado”.
O restaurante que solicitou o projeto, explora e divulga a cultura e gastronomia pantaneira. A proprietária do empreendimento, Cristina Moreira, conta que o uso de frutos nativos é uma das formas encontradas para valorizar a região.
“Nós utilizamos a bocaiúva já há muitos anos, fazemos muitos produtos a partir dela. A gente já busca valorizar os frutos nativos e a bocaiúva é nossa alegria, eu digo que é nossa bolinha de ouro. Por isso, o nosso anseio de poder fazer com que o nosso milk-shake pudesse chegar para mais pessoas”, diz a empresária.
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