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Meio Ambiente

Sem sistema de alerta,10 famílias vivem em rota de barragem

Defesa Civil realiza treinamento nesta quarta-feira (20); Vale e Vetorial não têm edificações em áreas de autossalvamento

Tatiana Marin | 20/02/2019 11:22
Barragens da Vetorial, como a Laís, não possuem sistema de monitoramento e alerta. (Foto: Arquivo)
Barragens da Vetorial, como a Laís, não possuem sistema de monitoramento e alerta. (Foto: Arquivo)

A Defesa Civil de Corumbá realiza visitas nesta quarta-feira (20) a 10 famílias que vivem na trajetória de rota da onda de inundação na hipótese de rompimento de uma das barragens da Vetorial Mineração. O procedimento será realizado devido a empresa ainda não ter implantado sistema de monitoramento, alarme e alerta.

De acordo com o tenente Isaque do Nascimento, diretor-executivo da Agência Municipal de Proteção e Defesa Civil de Corumbá, há 10 famílias que vivem na área de autossalvamento da Barragem Sul. Esta estrutura tem capacidade de 900 mil m³, é classificada pela ANM (Agência Nacional de Mineração) como categoria de risco baixo, mas com dano potencial associado alto, justamente pela presença humana na região.

“Vamos fazer um novo contato de aproximação com as comunidades para, em conjunto, estudar estratégias de com o lidar com o problema antes da instalação do sistema”, afirmou o tenente ao Campo Grande News. Segundo ele, a Vetorial tem previsão de instalar os dispositivos de alerta em abril.

A resolução da ANM que determina a desativação de barragens à montante ou método desconhecido até 15 de agosto de 2021, também versa sobre a presença humana na mancha de inundação das barragens. Enquanto as definições da agência se limitam às construções das empresas mineradoras, as prefeituras são responsáveis por moradores e comunidades presentes na trajetória da lama em um possível rompimento de barragem.

Não há planejamento de realocação das 33 pessoas que fazem parte das 10 famílias fixadas na trajetória de rota de inundação da barragem Sul da Mina Laís, nem dos cerca de 200 moradores de comunidade próxima à barragem do Gregório, de propriedade da Mineração Corumbaense, subsidiada da Vale. A estratégia do Município e prover segurança e treinamento para o caso de algum incidente.

Empresas - Em relação a construções das empresas mineradoras, o tenente Isaque afirmou que em nenhuma das barragens há qualquer edificação à jusante, ou seja, na trajetória da mancha de inundação.

Segundo Nascimento, a vistoria realizada em 31 de janeiro liderada pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) nas estruturas, verificou também a inexistência de edificações das empresas nos locais de autossalvamento. Ele afirmou que na oportunidade ficou compactuado entre as empresas e os órgãos componentes da força tarefa, mesmo antes da publicação da resolução, que futuramente não seriam realizadas novas construções em tais áreas.

Barragens - A barragem que mais preocupa a Defesa Civil de Corumbá é a Sul, da Vetorial Mineração, justamente por não ter sistema de monitoramento, alerta e alarme instalados. A estrutura tem capacidade de 800 mil m³ e está em operação desde 2005.

“Neste local já fizemos o mapeamento , atualizamos esses dados sobre a população que mora na rota da onda de inundação na hipótese de rompimento da barragem Sul”, reforça Nascimento. A barragem B6 da mina Monjolinho tem capacidade 180 mil m³ e não há população à jusante.

A barragem do Gregório, da Vale, a maior presente em Corumbá, com capacidade de 9m³, conta com sistema de alerta, além disso, a Defesa Civil de Corumbá já realizou simulações, tanto com o corpo técnico da Vale, como com a população à jusante.

“Em novembro do ano passado fizemos atualização da população que reside trajetória da onda de inundação na hipótese de uma ruptura. Foi simulado prático para aferir como todo o contingente da Vale e população iriam se comportar diante de uma situação de emergência”, relata o tenente. “No nosso balanço, entendemos que o resultado foi satisfatório, por ser a primeira simulação. Houve adesão significativa por parte da comunidade”, acrescenta.

Conforme levantamento da Defesa Civil, em dias de semana, população fixa na trajetória da lama da Gregório contabiliza cerca de 200 pessoas. Entretanto o número de pessoas se eleva aos finais de semana, devido a três balneários na região. Aos sábados pode chegar a 300 pessoas e aos domingos, até 600.

Entretanto, o tenente esclarece que o acúmulo de rejeitos na Gregório não consiste somente em lama e água. “Grande parte já virou sedimento, material terroso”, o que pode diminuir o alcance dos rejeitos.

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