Somente este ano, 80 novos produtos agrotóxicos foram liberados no Estado
Dos defensivos recentemente liberados, 28 são classificados como “extremamente tóxicos”
Os produtores rurais de Mato Grosso do Sul ganharam mais opções para defender suas plantações da ação de pragas. De janeiro até a segunda semana de julho deste ano, a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) aprovou a comercialização de 80 novos produtos agrotóxicos no Estado.
As portarias de aprovação dos cadastros foram publicadas no Diário Oficial do Estado. Dos 80 novos agroquímicos liberados, 28 são classificados como “extremamente tóxicos” e outros dez carregam o selo de “altamente tóxicos”. Os produtos variam entre herbicidas, inseticidas, fungicidas, acaricidas, formicidas, nematicidas, bactericidas e agentes biológicos de controle.
Para ser vendido, armazenado e utilizado nas lavouras de Mato Grosso do Sul, o defensivo deve ser cadastrado pelas indústrias produtoras, importadoras ou manipuladoras na Iagro. A taxa de registro cobrada é de 45 Uferms (Unidade Fiscal Estadual de Referência de Mato Grosso do Sul), hoje o equivalente a R$ 1.286,55. Assim, o Estado arrecadou cerca de R$ 100 mil em inscrições este ano.
De acordo com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o número de agrotóxicos registrados pelo País em 2018 foi de 450. Já nos seis primeiros meses deste ano foram 211. Os dados mostram tendência de crescimento nos cadastros, já que no primeiro semestre de 2018 foram inscritos 208 produtos, e nos seis primeiros meses de 2017 o número chegou a 171.
Os dados mais recentes disponibilizados pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) dão conta de que foram vendidas 539,9 mil toneladas de agroquímicos no Brasil em 2017. Mato Grosso do Sul foi o sétimo no ranking nacional de comercialização, responsável por 33,6 mil toneladas – maior que todo o volume vendido nos sete estados do Norte, de 27,8 mil toneladas.
Estudo com base em dados do Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade de Água para Consumo Humano), divulgado este ano pela Agência Pública, mostrou a presença de 27 tipos de agrotóxicos na água distribuída em Campo Grande. Segundo a concessionária Águas Guariroba, os resultados não apontam concentração superior ao “limite de quantificação” definido na legislação.
A pesquisa ainda apontou a presença de agroquímicos na água de 65 dos 79 municípios do Estado.