"Eu não quero", diz Marquinhos sobre reajuste prestes a ser votado
“No meu salário, da vice e dos meus secretários eu não vou aplicar o aumento”
O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), afirmou que não quer que o próprio salário, da vice-prefeita e dos secretários seja reajustado. A discussão começou com a aprovação, em votação única, do aumento dos vereadores, semana passada.
“No meu salário, da vice e dos meus secretários eu não vou aplicar o aumento”, disse nesta terça-feira (dia 11). Semana passada, no entanto, o prefeito disse que reajuste "valeria para todos".
Líder do prefeito na Câmara, o vereador Francisco Almeida Telles (PSD), afirmou que existe esta opção, mas que o chefe do Executivo municipal ainda não o procurou para direcionamento quanto a não aprovação.
“Acho que, partindo do princípio que há impacto muito grande, é impraticável”, disse o líder na Casa de Leis. Ele não soube especificar quanto é tal impacto e a Prefeitura de Campo Grande ficou de levantar o montante.
O projeto de reajuste foi aprovado em 1ª votação semana passada e a 2ª análise deve ocorrer entre quinta-feira (dia 13) e a próxima quinta-feira (dia 20), quando está prevista a última sessão do ano. Os vereadores podem rejeitar o aumento, independentemente de terem aprovado em 1ª.
Segundo a emenda à lei orgânica que prevê aumento do município, o salário do prefeito é fixado em 90,25% da remuneração máxima para servidores públicos. O prefeito, que hoje tem vencimento de R$ 20.412,12, bruto, passaria, conforme o projeto, a ganhar R$ 35.462,22, aumento de 73%.
Pela legislação aprovada em 1ª, o vice-prefeito tem direito a 90% da remuneração do prefeito. O salário fica, portanto, de R$ 31.915,99.
Votação única – Já o reajuste os vereadores foi votado em única votação. Ou seja, agora basta que o prefeito sancione o acréscimo. A partir da próxima legislatura – que começa em 2021– o salários dos vereadores, portanto, subirá de R$ 15.031,76 para R$ 22.102,49. O percentual de aumento é 47%.
Nesta manhã, pelo menos 50 pessoas foram à Casa de Leis protestar contra a medida. Contudo, os parlamentares reforçam que o aumento só será válido a partir de 2021.
Ainda assim, segundo Eduardo Romero (Rede), os parlamentares podem optar, naquele ano, por não aplicar o aumento, se a economia não estiver favorável.
“É uma correção, que não vale agora. De 2015 pra 2016, a legislatura votou uma correção, aprovada, que valeria para turma que entrasse em 2017. Quem entrou podia aceitar, mas abriu mão e continuaram a receber os salários antigos. É um direito. A mesma coisa pode ser aplicada em 2021”.
O vereador Roberto Santana dos Santos também lembrou desta situação e afirmou que, se a economia não tiver melhorado no ano que o aumento começa a valer, ele próprio abrirá mão do aumento no salário.