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Política

Adeus santinho e panfleto: candidatos agora só têm olhos para redes sociais

Cavaletes estão proibidos pela Justiça Eleitoral

Jéssica Benitez | 02/09/2022 16:00
Santinhos também ganharam versões digitais (Foto: Agência Senado)
Santinhos também ganharam versões digitais (Foto: Agência Senado)

Quem anda pelas ruas da cidade certamente reparou que nestas eleições a poluição por santinhos, faixas, placas e outros adereços antes usados com bastante frequência pelos candidatos quase não existe mais. Com exceção das proibições da Justiça Eleitoral, como o uso dos cavaletes, por exemplo, a mudança ocorreu porque as campanhas migraram para o mundo digital.

Tanta que, com base nas despesas já declaradas por alguns postulantes, os gastos até então predominantemente ocupados por impressão de materiais visuais, agora dividem espaço com despesas para criação e impulsionamento de conteúdo para as redes sociais.

Entre os candidatos ao Governo do Estado que começaram a listar seus gastos, o ex-secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB), investiu até agora R$ 340 mil com impulsionamento de conteúdo na internet. Dos R$ 3,7 milhões empenhados pelo tucano, somente R$ 55 mil foram destinados a confecção de adesivos e publicidade por material impresso.

O deputado estadual Renan Contar (PRTB) gastou R$ 20 mil com reforço de postagens nas redes sociais e outros R$ 20 mil com materiais impressos. O ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD) foi o único a fazer caminho inverso. Pagou R$ 19 mil para reforçar conteúdo digital e R$ 136 mil para adesivos, além de outros R$ 47 mil com material impresso.

Aos nomes colocados na disputa pelo Senado, a deputada federal Tereza Cristina (PP) desembolsou R$ 200 mil para criação e inclusão de páginas na internet e R$ 94,8 mil com fabricação de adesivos. O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (União Brasil) pagou R$ 30 mil por impulsionamentos nas redes sociais.

Os candidatos a governador e senador não citados, ainda não declararam despesas à Justiça Eleitoral. Todos os dados sobre empenhos, fornecedores e doadores estão disponíveis no DivulgaCand 2022, plataforma do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Os endereços eletrônicos dos concorrentes também estão na página.

Regras – Claro que como todo o restante, a campanha no mundo digital também tem que cumprir regras. Conforme resolução do TSE de 2019, com exceção do impulsionamento de conteúdo, é proibido veicular qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na internet.

A propaganda eleitoral paga na internet deverá ser assim identificada onde for divulgada. Por ser proibido o impulsionamento de conteúdo por apoiadores, esses anúncios deverão identificar como responsáveis a candidata, o candidato, o partido, a coligação ou a federação partidária.

A resolução proíbe a contratação de pessoas físicas ou jurídicas que façam publicações de cunho político-eleitoral em páginas na internet ou redes sociais.

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