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Política

Alvos de mega operação, 38 sofreram devassa nas contas bancárias

Paulo Yafusso | 20/07/2015 16:00
Casa de João Amorim foi um dos alvos da Operação Lama Asfáltica (Foto: Fernando Antunes)
Casa de João Amorim foi um dos alvos da Operação Lama Asfáltica (Foto: Fernando Antunes)

Trinta e oito pessoas físicas e jurídicas tiveram suas contas bancárias analisadas pela equipe de investigação da Operação Lama Asfáltica de janeiro de 2007 a novembro de 2013. Elas tiveram o sigilo quebrado pela Justiça Federal, atendendo solicitação do comando da investigação. As decisões judiciais foram em duas etapas, a primeira em julho de 2013, alcançando 11 alvos, e a segunda em fevereiro de 2014, envolvendo 27 empresas e pessoas físicas, entre elas João Alberto Krampe de Amorim dos Santos, o genro dele, Luciano Potrich Dolzan, além da CG Solurb Soluções Ambientais, LD Construções/Socenge Construções Ltda.

Houve o pedido de inclusão de outros nomes na lista, mas a Justiça entendeu que não havia ligação direta com o objeto da investigação e por isso indeferiu os pedidos. Foi o que ocorreu com a Itel Informática Ltda e seu dono, João Baird. Já com relação a “duvidosa evolução patrimonial” de André Luiz dos Santos, dono da A.L Santos Ltda, o entendimento do Judiciário é de que ela deve ser objeto de um outro procedimento investigatório, por não ter sido verificado de forma consistente a participação dele no âmbito da Lama Asfáltica.

Na investigação da Lama Asfáltica, André dos Santos é tido como “o novo milionário”. A empresa dele, mesmo sendo de pequeno porte venceu licitação derrotando grandes do setor da construção e rapidamente verificou-se uma grande evolução patrimonial dele, com a compra de fazenda e apartamentos.

Entre as empresas que tiveram a quebra do sigilo bancário estão a Kamerof Participações Ltda e a Arklyleius Holding. Há suspeita de que essas empresas serviam para enviar dinheiro para o exterior, tendo em vista que a Arklyleius tem sede na Holanda e uma das sócias, Elza Cristina Araújo dos Santos do Amaral, que de funcionária da Proteco, pertencente a João Amorim, passou a ser sócia dele na empresa e também da empresa com escritório da Holanda. A Polícia Federal apurou que ela, embora tenha passaporte, nunca viajou para fora do país

A Polícia Federal e a CGU (Controladoria Geral da União) não dão detalhes dessa fase da investigação. Falam somente da operação realizada no último dia 9, em que foram cumpridos mandados de busca e apreensão na Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimento), Secretaria Estadual de Infraestrutura, na Proteco e outras empresas, além da casa de João Amorim e do ex-deputado federal e ex-secretário estadual de Obras Edson Giroto, que após a ação pediu afastamento do cargo de assessor no Ministério dos Transportes.

Na Operação Lama Asfáltica, além de computadores de documentos, foram apreendidos cerca de R$ 700 mil em dinheiro e cheques, aproximadamente US$ 100 mil, 3 mil euros e 100 libras esterlina. Tudo estará depositado numa conta judicial até a conclusão do caso. A análise e perícia do material apreendido deve levar seis meses para ser concluído.

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