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Política

Apenas 16 de 38 prefeitos conseguiram a reeleição no MS; rejeição de 57,8%

Em contraponto, um grande números de ex-prefeito em gestões recentes foram eleitos para substituir os atuais

Nyelder Rodrigues | 04/10/2016 22:43

Dos 38 prefeitos que tentaram a reeleição em 2016 em Mato Grosso do Sul, 22 não conseguiram um novo mandato - ou seja, 57,8% deles não terão a oportunidade de seguir na chefia do Executivo municipal e apenas 16 seguem no posto. Além de Campo Grande, o fato ocorreu em importantes cidades do Interior, como Ponta Porã e Corumbá.

Em alguns casos, os eleitos foram candidatos que já exerceram o cargo de prefeito em outras oportunidades, como é o caso de Rio Brilhante e Fátima do Sul. Houve também seis casos em que o atual vice-prefeito concorreu a prefeito. Entretanto, em apenas um deles o vice conseguiu vencer o pleito e assumir a chefia máxima municipal.

Nos municípios em que haviam três ou mais candidatos e um deles tentava reeleição, caso da Capital e outras 11 cidades, em quatro delas o atual prefeito nem sequer na segunda posição ficou, conseguindo apenas a terceira posição.

A situação foi vista em Campo Grande - onde haviam 15 candidatos - com Alcides Bernal (PP); em Ponta Porã com Ludimar Novais (PDT), que foi último dos três prefeitáveis; em Alcinópolis, que teve quatro postulantes à prefeitura, com Ildomar Carneiro (PMDB); e em Bela Vista, onde Douglas Gomes (PP) foi o terceiro de cinco candidatos.

Nas 21 cidades do Interior em que a população decidiu trocar de prefeito, em 10 haviam apenas dois candidatos, enquanto que em seis foram três os postulantes ao cargo. Em três municípios haviam quatro prefeitáveis e nas duas restantes, eram cinco candidatos a prefeito no período entre 2017 e 2020.

Partidos - Nas 22 cidades que não reelegeram o atual prefeito, o partido que sofreu o maior número de reveses é justamente o "campeão" de eleitos, o PSDB. Ao todo, foram sete prefeitos que não conseguiram se reeleger, seguido pelo PDT, PMDB e PP, com cinco, quatro e dois. PT, PSB, PSD e PR tem um não reeleito, cada.

Outro contraponto do PSDB é no número de vitórias contra candidatos à reeleição. Os tucanos conseguiram assumir nessas condições o Executivo de nove municípios do Estado (e ainda disputa o segundo turno em Campo Grande), número muito a frente dos quatro do PMDB, três do DEM e dois do PR. Além destes, PSB, PDT e PSL conseguiram um prefeito.

Velhos conhecidos - Já velhos conhecidos conseguiram retornar à prefeitura batendo os atuais prefeitos nas urnas, como é o caso de Edson Takazono, o Edinho (PMDB), que vai exercer seu quarto mandato em Anaurilândia.

Em Fátima do Sul, a ex-prefeita Ilda Machado (PR), mulher do ex-presidente da Assembleia Legislativa, Londres Machado (PR), e mãe da deputada estadual Grazielle Machado (PR), foi escolhida no lugar de Junior Vasconcelos (PSDB) com 51,67% da preferência do eleitorado local.

Outro caso emblemático é o da cidade de Rio Brilhante, onde Donato Lopes (PSDB) bateu Sidney Foroni (PMDB) com 50,82% da preferência. Corumbá, Água Clara, Paranhos, Nova Alvorada do Sul e Itaporã também escolheram ex-prefeitos.

Em Jardim, Erney Cunha (PT) perdeu a disputa para o novato Guilherme Monteiro (PSDB), mas que carrega consigo o eleitorado do pai, o secretário estadual Márcio Monteiro. Em Ponta Porã, Helio Peluffo Filho já traz no nome também as memórias do pai, o ex-prefeito Helio Peluffo. Há ainda casos de ex-secretários municipais eleitos, como em Jaraguari.

Rejeitados e aprovados - Seguindo em Ponta Porã, lá foi visto a maior desaprovação do Estado. O atual prefeito Ludimar Novais (PDT) foi o último dos três candidatos, com apenas 9,73% dos votos, ficando atrás de Chico Gimenez (PMDB), que teve 29,60%, e de Peluffo, com 60,67%.

Em Naviraí, foi vista a segunda maior rejeição para o atual prefeito e a segunda maior votação para o eleito. Léo Matos (PSD) recebeu apenas 23,84% na disputa contra José Izauri de Macedo (DEM), que teve 76,16% dos votos.

À frente de Izauri ficou apenas Waldeli Rosa (PR), que somou 76,57% da preferência do eleitorado de Costa Rica. Por coincidência, Waldeli também disputava a reeleição, mas não sofreu os mesmos problemas dos colegas de Executivo.

Outros prefeitos que tiveram baixíssima votação foram Douglas Gomes (PP), com 26,39% em Bela Vista, Ildomar Carneiro (PMDB), com 26,53% em Alcinópolis. Nestas cidades, houveram cinco e quatro candidatos, respectivamente. Em Nioaque, Paranhos e Itaporã, os eleitos tiveram mais de 60% dos votos.

Curiosidades - Em Sidrolândia, onde haviam quatro prefeitáveis, aconteceu um dos casos mais curiosos dessas eleições. Lá, o atual prefeito, Ari Basso (PSDB), somou 42,92% dos votos, mas foi derrotado pelo seu atual vice, Marcelo Ascoli (PSL), com 50,19% do eleitorado a seu favor. Assim, ele foi o único vice do Estado a vencer o pleito domingo (2).

Outro situação inusitada foi a queda do presidente do Assomasul, Juvenal Neto (PSDB), de Nova Alvorada do Sul, que tinha como vice Erney Cunha, derrotado em Jardim. A dupla, em 2015, foi eleita em chapa única, causando alvoroço principalmente entre petistas, que acusaram Erney e outros prefeitos de traição ao se aliarem ao tucanato.

Apesar de reclamações públicas, inclusive do deputado federal Zeca do PT, o então presidente do diretório petista regional, Paulo Duarte, afirmou que a situação não era cabível de expulsão. No domingo, acabou que nem Juvenal, nem Erney, assim como Duarte, que saiu do PT e foi para o PDT, conseguiram se reeleger.

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