Bumlai e filho prestam depoimento à Justiça Federal do Paraná nesta tarde
O pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai e o filho dele Maurício Bumlai prestam depoimento à Justiça Federal do Paraná, em Curitiba, na tarde desta segunda-feira (30) em processo referente à 21ª fase da Operação Lava Jato. A audiência estava prevista para começar às 15h (horário de Brasília).
O interrogatório do pecuarista estava previsto para acontecer no dia 25, mas foi remarcado devido do seu principal advogado Arnaldo Malheiros Filho. O adiamento foi autorizado pelo juiz Sérgio Moro.
No mesmo processo, figuram como réus o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Vaccari Neto, o empresário Fernando Antonio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano, e outras sete pessoas. Todos são acusados de participar de um esquema de pagamento de propina em um contrato da Petrobras de um bilhão e seiscentos milhões de dólares.
A 21ª fase da operação, deflagrada em novembro de 2015, recebeu o nome de "Passe Livre" devido à amizade entre o pecuarista e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo os investigadores, Bumlai tinha trânsito livre no Palácio do Planato. Desde março deste ano, após ter sido diagnosticado com câncer na bexiga, Bumlai cumpre prisão domiciliar.
Segundo a denúncia do MPF (Ministério Público Federal), o Banco Schahin concedeu empréstimo de R$ 12 milhões a José Carlos Bumlai. O destinatário real seria, no entanto, o PT. Em tese, o empréstimo deveria ter sido pago até novembro de 2005, o que não ocorreu.
Em depoimento dado à PF (Polícia Federal), em dezembro de 2015, o pecuarista confessou que houve fraude na quitação do empréstimo.
Disse também acreditar que o dinheiro seria para pagar dívidas de campanha eleitoral em Campinas (SP) e para "caixa 2" do Partido dos Trabalhadores (PT).
O montante de R$ 12 milhões foi sendo corrigido para incorporar os encargos não pagos.
Os valores foram quitados na sequência, após o Banco Schahin conceder empréstimo de R$ 18 milhões à empresa AgroCaieras, do próprio Bumlai.
Os valores do novo empréstimo, que ultrapassaram R$ 20 milhões, seguiram sem pagamento até janeiro de 2009, quando foi feito um contrato de venda de embriões de gado bovino das fazendas de Bumlai para empresas do Grupo Schahin.
Para a força-tarefa, contudo, a dívida foi paga com a contratação da Schahin para operar o navio sonda Vitória 10.000, da Petrobras.