Usina de Bumlai faz acordos e se livra de dois pedidos de falência
Juiz de Dourados homologou acordo com transportadora mato-grossense e empresa de solda paulista, mas indústria de álcool e açúcar ainda enfrenta pedidos de falência de dois bancos
Instalada no município de Dourados, a 233 km de Campo Grande, a Usina São Fernando Álcool e Energia, pertencente à família do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e um dos réus na Operação Lava Jato, conseguiu se livrar de dois pedidos de falência que tramitavam na Justiça.
No dia 19 deste mês foi homologado pelo juiz da 5ª Vara Cível de Dourados, Jonas Hass da Silva Junior, o acordo parte com dos credores, que juntos cobravam 187 mil da indústria.
Ontem (27), os pedidos de falência feitos pela Transportadora Roma Logística Ltda. (Mato Grosso) e pela Nicrosul Indústria e Comércio de Soldas Especiais (São Paulo) foram considerados “transitado em julgado” pelo magistrado douradense e os processos “baixados” no sistema da Justiça Estadual.
Em recuperação judicial desde 2013, a São Fernando, que teria dívidas superiores a R$ 1,2 bilhão, pertencente a José Carlos Bumlai e a seus dois filhos, também implicados na Operação Lava Jato, enfrenta pelo menos outros dois pedidos de falência em tramitação na 5ª Vara Cível de Dourados.
Um dos pedidos de falência foi feito pelo principal financiador do empreendimento, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A dívida cobrada pelo banco estatal é de R$ 300 milhões.
O outro pedido de falência foi feito pelo Banco Industrial do Brasil S/A. O processo, assim como o pedido de falência feito pelo BNDES, ainda está em andamento e não há previsão de quando será decidido pelo juiz douradense. O valor da dívida é desconhecido.
Além dos pedidos de falência, a São Fernando enfrenta várias de ações por “impugnação de crédito”, um termo jurídico usado em ações de recuperação judicial e geralmente quando um credor apresenta a dívida quem tem para receber da empresa.
Em janeiro deste ano, vários caminhões e até máquinas usadas na colheita da cana foram apreendidas por ordem da Justiça, para pagamento de dívidas não reveladas.