Usina de Bumlai, amigo de Lula, enfrenta mais um pedido de falência
Ação impetrada por transportadora é mais uma contra São Fernando em tramitação na 5ª Vara Cível em Dourados; BNDES já tinha solicitado falência de usina no ano passado
A Usina São Fernando Álcool e Energia, pertencente à família do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e um dos réus na Operação Lava Jato, enfrenta mais um pedido de falência no Poder Judiciário. O processo deu entrada na 5ª Vara Cível de Dourados, município a 233 km de Campo Grande, onde fica a indústria.
O pedido de recuperação judicial e falência, feito pela Transportadora Roma Logística Ltda., foi distribuído no dia 11 de fevereiro deste ano para o juiz Jonas Hass Silva Júnior, titular da 5ª Vara Cível, onde já tramitam outras duas ações semelhantes contra a São Fernando.
Conforme informações disponibilizadas no site do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), o valor da ação é de R$ 143.295,30. A empresa pertence ao Grupo Roma e tem sede em Rondonópolis (MT).
Outros pedidos – A São Fernando, pertencente a Bumlai e a seus dois filhos, também implicados na Operação Lava Jato, já enfrentava dois pedidos de falência na 5ª Vara Cível de Dourados.
Um dos pedidos de falência foi feito pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), pelo não pagamento de dívida de R$ 300 milhões. A usina está em recuperação judicial desde 2013.
O outro pedido de falência foi feito pelo Banco Industrial do Brasil S/A. O processo, assim como o pedido de falência feito pelo BNDES, ainda está em andamento e não há previsão de quando será decidido pelo juiz douradense. O valor da dívida é desconhecido.
Além dos pedidos de falência, a São Fernando enfrenta várias de ações por “impugnação de crédito”, um termo jurídico usado em ações de recuperação judicial e geralmente quando um credor apresenta a dívida quem tem para receber da empresa.
Lava Jato – No dia 24 de novembro do ano passado, agentes da Polícia Federal ficaram por nove horas fazendo buscas nos escritórios do setor administrativo da usina. A fase da investigação nacional, conduzida pelo juiz federal Sérgio Moro, recebeu o nome de Operação Passe Livre.
Os policiais vasculharam cada gaveta e cada computador encontrado no setor administrativo da indústria, especialmente nos departamentos de pessoal e financeiro. Eles cumpriram dois mandados de busca e apreensão expedidos por Sérgio Moro.
