Após dez horas, policiais federais deixam Usina São Fernando
Em cumprimento a dois mandados de prisão expedidos pelo juiz Sérgio Moro, agentes federais foram em escritórios e analisaram todos os computadores de setores administrativos da indústria
Demorou dez horas a varredura que agentes da Polícia Federal fizeram nesta terça-feira (24) nos escritórios do setor administrativo da Usina São Fernando Açúcar e Álcool, localizada em Dourados, a 233 km de Campo Grande. A indústria pertence ao pecuarista José Carlos Bumlai, preso hoje em Brasília na 21ª fase da Operação Lava Jato, e a seus dois filhos, também implicados nas investigações. Essa fase da investigação nacional, conduzida pelo juiz federal Sérgio Moro, recebeu o nome de Operação Passe Livre.
Embora a PF em Dourados não revele detalhes da operação feita na usina de Bumlai, já que o caso é de responsabilidade da PF em Curitiba (PR), o Campo Grande News apurou que os agentes federais vasculharam cada gaveta e cada computador encontrado no setor administrativo da indústria, especialmente nos departamentos de pessoal e financeiro. Eles cumpriram dois mandados de busca e apreensão expedidos pelo juiz Sérgio Moro.
Funcionários que chegaram para trabalhar foram orientados a aguardar o fim das buscas. As viaturas chegaram ao local por volta de 5h da madrugada e só deixaram a usina, localizada na margem da MS-379, que liga Dourados a Laguna Carapã, às 15h.
O delegado da PF em Dourados, Denis Colares de Araújo, disse que os documentos e demais materiais apreendidos na usina serão encaminhados para a capital paranaense, onde serão periciados.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, a Polícia Federal vai investigar três empréstimos do BNDES a duas empresas do pecuarista, que é amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – A São Fernando Açúcar e Álcool e São Fernando Energia, que funciona no mesmo endereço em Dourados. Os empréstimos somam R$ 518 milhões.