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Política

Banco teme calote e pede falência imediata de empresas de Bumlai

Michel Faustino | 23/12/2015 08:13
Bumlai está preso desde o dia 24 de novembro. (Foto: Agência Brasil)
Bumlai está preso desde o dia 24 de novembro. (Foto: Agência Brasil)

Sem receber há um ano do grupo empresarial do pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai, que está preso e virou réu na Operação Lava Jato, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ingressou com um pedido de falência “imediata” das empresas dele por temer calote.

Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo as dívidas do grupo São Fernando, que está em recuperação judicial desde abril de 2013, somam R$1,2 bilhão. O BNDES é o maior credor de empresas de Bumlai: o grupo deve ao banco cerca de R$ 300 milhões, o equivalente a um quarto da dívida total.

O grupo empresarial do pecuarista sul-mato-grossense é formado por usina de álcool e açúcar e empresa que produz energia a partir de bagaço de cana, entre outros negócios. Todas as empresas estão em nome dos filhos de Bumlai e espalhadas pelo Estado.

Em junho deste ano, o banco já havia pedido a falência do grupo São Fernando em. Como o grupo não cumpriu o que havia acertado em seu plano de recuperação, o BNDES ingressou com uma nova petição.
No novo pedido, feito à Justiça de Dourados no último mês, os advogados do banco argumentam que “o processo de recuperação judicial, neste momento, visa tão somente a procrastinar providência inevitável, qual seja, a decretação de falência”.

Entre 2008 e 2009, o BNDES emprestou sem intermediários R$ 395,2 milhões para a usina de álcool e açúcar do empresário. Em 2012, o BNDES fez duas operações intermediadas pelo Banco do Brasil e BTG Pactual, no valo de R$ 101,5 milhões para a empresa de Bumlai que produz energia a partir de bagaço de cana, a São Fernando Energia.
Como o grupo já passava por dificuldades em 2012, inclusive com um pedido de falência, os empréstimos de 2012 faziam parte de um plano para tentar salvar o grupo.

Ao todo, o BNDES concedeu empréstimos de quase R$ 500 milhões às empresas do pecuarista. Esse montante não contempla os juros cobrados pelos atrasos, os quais o banco não informa por questões de sigilo bancário.
O banco diz que já executou garantias oferecidas pelas empresas de Bumlai no valor de R$ 250 milhões, por conta da inadimplência.

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