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Política

Campanha esquenta e aliados viram munição na disputa pelo voto em Dourados

Barbosinha ataca vice de Alan Guedes, que rebate atirando em aliados do democrata enrolados com a Justiça

Helio de Freitas, de Dourados | 04/11/2020 09:01
Monumento ao Colono, principal cartão-postal na entrada de Dourados (Foto: Helio de Freitas/Arquivo)
Monumento ao Colono, principal cartão-postal na entrada de Dourados (Foto: Helio de Freitas/Arquivo)

Faltando 11 dias para a eleição, os dois candidatos a prefeito com mais cacife eleitoral intensificaram o tiroteio na disputa pela preferência dos eleitores de Dourados, a 233 km de Campo Grande. E nessa briga pelo voto, os aliados de ambos os lados viraram alvos dos ataques.

Coligado ao PSDB, partido do governador Reinaldo Azambuja, o deputado estadual José Carlos Barbosa, o Barbosinha (DEM), tem apoio da maioria dos atuais vereadores e de líderes locais, como os companheiros de Assembleia Legislativa Marçal Filho (PSDB) e Renato Câmara (MDB).

Já o atual presidente da Câmara de Vereadores Alan Guedes (PP) conseguiu apoio mais modesto se aliando ao PL do candidato a vice Guto Moreira e ao Cidadania, do atual vice-prefeito Marisvaldo Zeuli.

E são justamente esses aliados os alvos dos ataques mútuos. A campanha de Alan Guedes tem destacado o apoio que Barbosinha recebe de políticos investigados por corrupção. Já o candidato do DEM rebate atirando no vice de Alan, o médico Guto Moreira, que foi secretário-adjunto de Saúde da atual administração em 2017.

José Carlos Barbosa, o Barbosinha (Foto: Divulgação)
José Carlos Barbosa, o Barbosinha (Foto: Divulgação)

Recentemente, o atual secretário estadual de Saúde Geraldo Resende (PSDB), que sonhava em ser candidato a prefeito nas eleições deste ano, entrou para valer na campanha de Barbosinha.

Em gravação para o horário eleitoral gratuito de Barbosinha, Resende afirma que Guto Moreira tem responsabilidade pela crise na saúde de Dourados e acusa Alan Guedes de não ter, como presidente da Câmara, investigado as denúncias de corrupção contra o governo da atual prefeita Délia Razuk (sem partido).

Do lado de Barbosinha, os principais alvos dos ataques são os vereadores Idenor Machado (PSDB), Pedro Pepa (DEM), Cirilo Ramão (MDB) e Denize Portolann (PSDB).

Os três primeiros são réus na Operação Cifra Negra por suposto envolvimento em esquema de corrupção na Câmara. Denize é ré na Operação Pregão, denunciada por ligação com fraude em licitações no período em que foi secretária municipal de Educação.

Acusado de chefiar o esquema de corrupção no Legislativo, Idenor Machado desistiu de buscar outro mandato de vereador, mas está atuante na campanha de Barbosinha. O candidato a vice na chapa do DEM é o ex-deputado Valdenir Machado (PSDB), irmão de Idenor.

Alan Guedes assina compromisso com agentes de saúde (Foto: Divulgação)
Alan Guedes assina compromisso com agentes de saúde (Foto: Divulgação)

Cabos eleitorais – Nesta terça-feira (3), o presidente municipal do PL, o ex-vereador Carlinhos Cantor, virou alvo das denúncias da coligação de Barbosinha. Ele foi chamado pelo juiz César de Souza Lima, da 18ª Zona Eleitoral, para explicar suposta simulação de contratação de cabos eleitorais em nome do candidato do DEM.

Segundo a denúncia, a estratégia é usada para prejudicar o concorrente, já que as contratações falsas não se confirmam e geram prejuízo eleitoral a partir do momento em que a pessoa supostamente contratada nunca é chamada para trabalhar e nem para receber o pagamento.

Conforme material distribuído pela assessoria da campanha de Barbosinha, Carlinhos Cantor teria confirmado que o número de telefone usado estava habilitado em nome dele. Alertado pelo juiz sobre o crime eleitoral, o dirigente partidário poderá responder por falsidade ideológica.

Outros candidatos – Além de Alan Guedes e Barbosinha, outros cinco candidatos disputam a eleição de prefeito de Dourados – Wilson Matos (PTB), Racib Harb (Republicanos), João Carlos (PT), Mauro Thronicke (PSL) e Jeferson Bezerra (PMN).

Pesquisa do Ibrape divulgada pelo Campo Grande News no dia 19 de outubro mostrou disputa polarizada entre José Carlos Barbosa, com 29% das intenções de votos, e Alan Guedes, com 21%.

Depois apareceram Racib Harb e Wilson Matos com 5%. João Carlos tinha 4%, Mauro Thronicke 2% e Jeferson Bezerra 1%. Votos em branco e nulo somavam 13% e os indecisos chegavam a 20%.

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