Chico Maia retorna a política para disputar uma das vagas ao Senado
Ex-presidente da Acrissul articula aliança com o PDT, para compor a chapa majoritária
O ex-vereador e ex-presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, confirmou o retorno à política, após 30 anos na iniciativa privada, para concorrer ao Senado nesta eleição, pelo partido Podemos. Ele espera contar com o apoio da classe produtiva, além de fechar uma aliança na chapa majoritária com o PDT.
Chico Maia volta a política depois de comandar por três mandatos a Acrissul, além de presidir a Frente Nacional da Pecuária, e atuar como empresário. Antes tinha sido presidente da Câmara Municipal de Campo Grande e vice-prefeito na gestão de Juvêncio César da Fonseca.
"Estava no auge da carreira política quando sofri um acidente e fiquei doente com diabete, por decisão médica resolvi me afastar, deixei a política e nunca tive cargos políticos, mas agora me senti motivado a voltar para mudar o sistema atual, ou deixava o Brasil ou tentava fazer alguma coisa".
Ele ressaltou que entre as "inúmeras lutas" em defesa da classe produtiva, um impasse o fez repensar a volta à política. "Na discussão das demarcações das terras indígenas, com indenização aos produtores, participei de 32 reuniões, o acordo estava selado, mas no último momento deu errado, então senti que se tivesse mandato, as coisas seriam diferentes".
Mudanças - O pré-candidato alega que se for eleito vai propor mudanças no Senado. "Primeira coisa é reduzir os gastos públicos com políticos e mordomias, o foco precisa ser nos gastos com a população. Depois vou propor mudança na rotina, com o parlamentar ficando 20 dias seguidos em Brasília, e dez dias 10 (dias) na base, além de expediente de segunda a sexta".
Ele ainda cita uma "nova Constituinte" para propor mudanças no sistema político. "A população está cansada do atual modelo, em que políticos parecem estar palácios gigantescos, enquanto falta médico, professor e recursos para segurança, precisa de inversão de valores". Também defende foco na fiscalização e projetos de lei. "Senador não tem que ficar pedindo recurso, deve legislar".
Alianças - Chico Maia diz que uma aliança do Podemos e o PDT já está acertada a nível regional, faltando apenas o aval da direção nacional. Ele quer compor a chapa majoritária junto com o juiz aposentado Odilon de Oliveira (PDT). "Temos o mesmo discurso e conduta ética, não usaremos o mandato para mudar de vida".
O presidente estadual do PDT, João Leite Schimidt, inclusive esteve no evento do Podemos, confirmando que o partido espera contar com Chico Maia, como candidato ao Senado na mesma coligação, ainda tendo na outra vaga, o senador Pedro Chaves. "O Cláudio Sertão (presidente Podemos) vai abrir mão da sua candidatura, para que façamos esta composição".
Base eleitoral - Maia conta com o apoio da classe produtiva para vencer nesta eleição. Ele disse deixou a Acrissul com 92% de aprovação, e que já pensa em projetos voltados ao agronegócio. "Junto com o Odilon (Oliveira) temos o respeito pelo direito da propriedade e a busca pela pacificação do campo, além de pensar em propostas para desenvolver o setor".
Ele também espera que o eleitor use as rede sociais e internet para pesquisar os candidatos. "Tem que consultar a história de cada um, se houver esta pesquisa vou conseguir muitos votos, o que posso garantir que volto (política) amadurecido e vou lutar contra todo este modelo, que gera denúncias e esquemas de corrupção".