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Política

CPI começa visitas a oito frigoríficos da JBS na próxima quarta-feira

Serão inspecionadas unidades em Ponta Porã, Campo Grande, Cassilândia, Anastácio, Naviraí, Nova Andradina e Coxim

Richelieu de Carlo | 09/08/2017 18:31
Deputados durante reunião da CPI nesta quarta-feira. (Foto: Wagner Guimarães/ALMS)
Deputados durante reunião da CPI nesta quarta-feira. (Foto: Wagner Guimarães/ALMS)

Os deputados da CPI que apura irregularidades fiscais e tributárias em Mato Grosso do Sul aprovaram, na sessão de hoje (9), uma agenda de visitas às unidades de abates da JBS no Estado, que vão ocorrer todas as quartas-feiras das próximas seis semanas.

A primeira unidade a ser visitada será a de Ponta Porã, às 10h do dia 16 de agosto. Em seguida, as diligências acontecem em Campo Grande, às 9h e 15h, do dia 23 deste mês nas unidades I e II respectivamente. No dia 30, será a vez de Cassilândia receber os deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito, às 10h.

Em setembro acontecem mais três viagens ao interior. No dia 13, as inspeções acontecem em duas cidades. Primeiro em Naviraí, às 10h, e à tarde, às 16h, em Nova Andradina. Por fim, no dia 20, a unidade da JBS de Coxim será a oitava e última a receber os parlamentares.

As unidades a serem visitadas fazem parte do termo de acordo firmado em 2016, na gestão do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o último firmado com a JBS, conforme o deputado estadual Paulo Corrêa (PR), presidente da CPI.

Corrêa já declarou que os três auditores fiscais que estão em trabalho na CPI já encontraram irregularidades nas notas fiscais emitidas pela empresa. "Vamos verificar in loco os dados das notas fiscais que estamos levantando", justificou.

Entretanto, os integrantes da comissão vão se reunir nos próximos dias para decidir se essa agenda será mantida, já que nas quartas-feiras acontecem votação de projetos na Assembleia Legislativa. O deputado Paulo Siufi (PMDB), por exemplo, sugeriu duas visitas por semana.

Pedro Kemp (PT), por sua vez, demonstrou preocupação com a possibilidade de perder votações importantes do Legislativo estadual, inclusive será sugerido ao presidente da Casa, Junior Mochi (PMDB), que projetos sejam apreciados nas sessões das terças e quintas-feiras das próximas semanas.

"Vamos aprovar a agenda como está e depois discutir e amadurecer isso depois", definiu Eduardo Rocha (PMDB).

Definida a agenda, os parlamentares votaram requerimentos de membros do grupo. Foi aprovado acionar o Ministério Público Federal para verificar o acordo de leniência alegado pela J&F para não encaminhar documentos sobre o cumprimento ou não de contrapartidas da empresa aos incentivos fiscais concedidos pelo Governo.

Também sobre o acordo de leniência, o deputado Eduardo Rocha, vice-presidente da CPI, apresentou requerimento, para saber se há alguma previsão de ressarcimento aos cofres do Estado, caso a empresa não tenha cumprido sua parte no acordo.

O deputado Paulo Siufi solicitou que fosse convocado para prestar depoimento o diretor de compras da JBS em Mato Grosso do Sul, Nelson dos Santos Jardim. O pedido, porém, foi rejeitado pelos colegas, que alegaram não ser agora o momento para este tipo de providência.

Paulo Corrêa também relatou ter recebido a lista do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), por meio da Superintendência Regional do Trabalho, para verificar as contrapartidas da empresa.

"Foi entregue o relatório completo de todas as empresas do grupo J&F, sobre a questão de emprego e desemprego. Com essa lista teremos condições de verificar se efetivamente foi cumprida a geração de empregos prometida nas unidades do Estado”, explicou.

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