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Política

Delcídio diz que mentir seria insensato e que tem provas concretas

Ministério Público Federal quer anular acordo de ex-senador com a Justiça

Aline dos Santos | 02/09/2017 11:56
Delcídio afirma ter provas concretas e bem estruturadas. (Foto: Marcelo Calazans/Arquivo)
Delcídio afirma ter provas concretas e bem estruturadas. (Foto: Marcelo Calazans/Arquivo)

O ex-senador Delcídio Amaral afirma que está muito tranquilo, que mentir na delação premiada seria insensatez e que tem provas concretas. As declarações foram dadas à revista Veja após o MPF (Ministério Público Federal) pedir à Justiça Federal a suspensão dos benefícios concedidos com base na delação premiada do ex-parlamentar.

Para o procurador Ivan Cláudio Marx, não há provas de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o banqueiro André Esteves participaram dos supostos crimes imputados pelo ex-senador nos depoimentos de delação. O MPF pede a absolvição de ambos por obstrução à operação Lava Jato.

O procurador afirmou ainda que Delcídio mentiu em seus depoimentos e que os fatos citados por ele levaram à abertura de ação penal contra sete pessoas.

“Isso é um acordo de colaboração. [Mentir] seria uma coisa insensata, porque foi algo que eu vivenciei”, afirma Delcídio. O acordo foi homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e, em caso de anulação, ele pode ter que cumprir pena por obstrução de Justiça e responder por falsa imputação de crime.

“É o juiz que vai julgar. Essa é mais uma etapa do processo. Volto a repetir, temos segurança sobre tudo o que fizemos. Não discutirei hipóteses, até porque temos provas concretas e muito bem estruturadas. Os advogados estão trabalhando em cima disso. Ponto. Eu não tenho que responder mais nada”, diz Delcídio. O Campo Grande News não conseguiu contato com o ex-senador.

Chefe - De acordo com o Ministério Público, o ex-senador escondeu a origem dos recursos que teriam sido providenciados supostamente para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró.

“No entanto, atribuiu falsamente a Lula a ordem para a prática do crime, e falsamente à família Bumlai [ligada a Lula] o pagamento da quarta e quinta entregas de valores para comprar o silêncio de Cerveró. Assim agindo, escondeu do Ministério Público Federal sua real função de chefe no esquema referido, angariando benefícios que não receberia se a verdade prevalecesse”.

Prisão - Em novembro de 2015, Delcídio foi preso após ser gravado em seu gabinete por Bernardo Cerveró, filho de Nestor. No áudio, ele sugere um plano de fuga para o ex-diretor, em troca de silêncio.

O então senador, que na época era líder do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado, oferece R$ 50 mil em ajuda à família de Cerveró. A prisão foi por tentativa de obstruir a operação Lava Jato. Em seguida, teve o mandato cassado e também fez delação premiada.

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