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Política

Donos de mandato recebem milhões de Fundo Partidário e novatos ficam à míngua

Levantamento aponta que somente 3,4% dos candidatos detêm 90,7% de recurso vindo dos partidos

Jéssica Benitez | 12/09/2022 16:50
Artigo aponta disparidade em distribuição de recurso de partidos (Foto Reprodução)
Artigo aponta disparidade em distribuição de recurso de partidos (Foto Reprodução)

Dados disponibilizados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), até o dia 3 de setembro, apontam que 90,7% do Fundo Partidário já distribuído está nas mãos de apenas 3,4% dos candidatos, basicamente postulantes à reeleição, nomes que já tiveram mandato ou cargo público de destaque. Mato Grosso do Sul confirma este cenário.

Aos que almejam vaga na Câmara Federal, por exemplo, praticamente todos os candidatos à reeleição têm repasse do Fundo Partidário na casa dos milhões. O deputado federal Vander Loubet (PT) foi agraciado com R$ 1,5 milhão vindos da direção nacional do partido. Camila Jara, que é vereadora em Campo Grande, e candidata a deputada federal, recebeu R$ 342 mil.

O presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Jaime Teixeira tem R$ 213 mil. Já os candidatos “comuns” Elias Ishy e Grazy Soares, receberam R$ 65 mil e R$ 75 mil, respectivamente.

No PSD ocorre o mesmo. Detentor de mandato, Fábio Trad teve destinado à sua campanha R$ 2 milhões por parte da executiva nacional da legenda. O vereador Ademar Vieira Júnior, o Coringa, vem em seguida com R$ 300 mil. Luis Francisco Vianna, vereador em Corumbá, recebeu R$ 270 mil. O ex-vereador por Três Lagoas, Jorge Martinho ganhou R$ 250 mil. Claudia Maciel, Leo Matos e Adalton Lima receberam R$ 150 mil cada. Marluce Bueno ficou com R$ 100 mil.

No PSDB, partido com três das oito cadeiras da bancada sul-mato-grossense na Câmara dos Deputados, os deputados e candidatos à reeleição Luiz Ovando, Beto Pereira e Dagoberto Nogueira têm R$ 2 milhões, R$ 1,4 milhão e R$ 1,5 milhão respectivamente. Geraldo Resende, ex-secretário estadual de Saúde, vem logo em seguida com R$ 731 mil originários do Fundo Partidário.

Bia Cavassa, suplente que chegou a assumir lugar deixado por Tereza Cristina em sua época de ministra da Agricultura, recebeu R$ 250 mil, mesmo valor de Keliana Fernandes. Neidy Nunes conseguiu repasse de R$ 200 mil, Juari Lopes R$ 150 mil e, por fim, Cassiano Maia e Daniele Silva tiveram R$ 100 mil cada.

Deputado federal pelo PL, Loester Carlos de Souza, o Tio Trutis, é o único à reeleição que não recebeu Fundo Partidário na casa dos milhões. Até o momento foram repassados ao parlamentar R$ 500 mil, mesma cifra destinada ao candidato a deputado federal Marcos Pollon, amigo do filho do presidente Jair Bolsonaro, senador Eduardo Bolsonaro, que inclusive esteve em Campo Grande para fazer campanha para Pollon.

O presidente regional do PL e suplente da senadora e candidata a presidente da República Soraya Thronicke (União Brasil), Rodolfo Nogueira também recebeu meio milhão de reais. Luana Ruiz e o ex-vereador por Campo Grande Wellington de Oliveira tiveram repasses de R$ 200 mil cada.

Déborah Lúcio, que disputa pela primeira vez, tem R$ 150 mil e Roberto Durães, suplente que chegou a ser vereador na Capital, R$ 100 mil. Não consta recebimento de Fundo Partidário nos registros de candidatura de Renée Venâncio e Sargento Betânia.

Números – A pesquisa foi feita pelo Instituto Millenium e aponta ainda que 14.267 têm R$ 3,1 bilhões em recursos vindos do fundo partidário, fundo eleitoral, doações privadas e aportes dos próprios candidatos. Do valor total, 92,1% oriundos de partidos políticos. De todos os candidatos que concorrem no próximo dia 2 de outubro, 41% receberam algum recurso do Fundo Eleitoral.

Vale lembrar que o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), conhecido popularmente como Fundão Eleitoral, era de R$ 2 bilhões, mas em 2022 passou para R$ 4,9 bilhões.

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