Duas empresas faltam oitiva e reunião termina de novo em desentendimento
Das três empresas convocadas para participar de oitiva realizada hoje pela CPI do Calote, na Câmara Municipal de Campo Grande, apenas uma enviou representante para depor. O superintendente da CG Solurb, Elcio Terra, foi pela segunda vez à Casa de Leis, já que inicialmente deveria ter prestado depoimento na última quinta-feira, mas foi impedido devido aos “ânimos exaltados” dos vereadores. A Vyga (limpeza) e a MDR (Alimentação) não compareceram, mas mandaram oficio justificando ausência.
Segundo o presidente da comissão, vereador Paulo Siufi (PMDB), a proprietária da Vyga chegou hoje de viagem e não teve tempo hábil para reunir documentação. Já o responsável pela MDR, estava nesta tarde participando de pregão presencial para fornecimento de cestas básicas à SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social). Desta forma, os depoimentos foram transferidos para o dia 23 de julho às 9h.
Após muita discussão ficou definido, por três votos a um, que a Jagás será ouvida na mesma oportunidade. A sugestão partiu do relator Elizeu Dionízio (PSL), mas foi contestada pelo vereador Marcos Alex (PT). Para o petista a comissão está perdendo o objeto que é a investigação de prestadoras de serviço sem pagamento da prefeitura.
“Precisamos manter claro o objeto para não fazermos ato contrário ao que foi determinado nesta Casa de Leis. Também não podemos defender vontades pessoais ou desejo de quem quer que seja”, alfinetou o petista referindo-se ao relator. Elizeu, por sua vez, não deixou a provocação passar em branco e tentou questioná-lo.
A tentativa, porém, foi frustrada porque Marcos Alex se retirou da reunião, sem mesmo esperar que o relator concluísse a fala. Os outros integrantes da comissão, Otávio Trad (PTdoB), Chiquinho Telles (PSD) e Paulo Siufi desaprovaram a atitude do petista. Elizeu considerou a postura “infantil e infeliz”.
Este é segundo desentendimento público entre os dois vereadores durante oitiva da CPI do Calote. Na semana passada, a dupla protagonizou acalorada discussão também por divergência de ideias. As brigas se estendem até ao plenário, recorrentemente os parlamentares trocam farpas durante as sessões ordinárias. Siufi explicou que, caso a situação se repita, ele chamará ambos para conversar.
Motivo – Hoje a convocação da Jagás desencadeou o desentendimento. Elizeu argumentou que precisa ouvir o responsável pela empresa devido a possíveis irregularidades na contratação dela por arte da prefeitura.
Segundo relatório elaborado pelo próprio relator, a Jagás disputou processo licitatório para fornecimento de gás às secretarias municipais, mas ficou em segundo lugar, perdendo para a Micmar. Mesmo assim, a Jagás fechou contrato emergencial com três pastas e, além disso, ofereceu preço acima do que havia apresentado na disputa pela licitação.