Em votação dividida, deputados arquivam voto impresso de Bolsonaro
Apesar de 11 votos favoráveis a mais que os contrários, projeto ficou longe do quórum necessário
Apesar de obter maioria de votos dos deputados federais, foi arquivado o projeto que tentava obrigar o voto impresso no Brasil, proposta defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e analisada em plenário da Câmara Federal, nessa noite de terça-feira (10). Ao todo, foram 229 votos a favor do projeto contra 218 contra.
O arquivamento acontece, pois é necessário atingir 308 votos favoráveis para que uma proposta de emenda à constituição, nome das famosas PECs, sejam aprovadas. O número corresponde a três quintos do total de parlamentares da Câmara.
Ao todo, 449 deputados votaram nominalmente no projeto, e apenas um abdicou do direito de escolha. Entre os oito representantes sul-mato-grossenses na Casa, quatro deles foram a favor e outros quatro contra o projeto bolsonarista.
Mais cedo, o Campo Grande News já havia realizado reportagem com os deputados e antecipado o voto de cada um deles. Rose Modesto (PSDB), Loester Carlos, o Tio Trutis (PSL) e Luiz Ovando (PSL) votaram a favor, conforme haviam dito anteriormente.
Quem também seguiu o voto declarado antes, mas negando tal proposta, foram Vander Loubet (PT), Dagoberto Nogueira (PDT), Fábio Trad (PSD) e Beto Pereira (PSDB). Bia Cavassa (PSDB) foi a única que não respondeu aos questionamentos da reportagem. Viúva do ex-prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha, ela votou favorável ao projeto.
Após a votação, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), agradeceu aos deputados e ressaltou o comportamento democrático. "A democracia do plenário desta Casa deu uma resposta a este assunto e, na Câmara, espero que este assunto esteja definitivamente enterrado", afirmou o líder, que possui laços governistas.
Na semana passada, a comissão especial que analisava o projeto, derrotou o texto do relator, deputado Filipe Barros (PSL-PR), e também rejeitou o texto original, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF). Porém, mesmo assim, o Lira optou por levar a PEC para análise em plenário, sendo a questão arquivada, sem os votos suficientes.