Empresa alvo da operação Lava Jato conduz construção de mega fábrica no MS
Pelo menos quatro das noves empresas que foram alvos da sétima fase da operação Lava Jato, deflagrada hoje (14) pela Polícia Federal, já comandaram obras no Estado. Uma delas, a Galvão Engenharia é a responsável pela construção da UFN III (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados) da Petrobras, no município de Três Lagoas.
De acordo com a Petrobras, a construção da fábrica envolve investimentos de US$ 2,5 bilhões. A PF investiga se as empresas, que juntas têm contratos de R$ 59 bilhões com a estatal, teriam usado essa ligação para um suposto esquema de lavagem de dinheiro que já teria movimentado R$ 10 bilhões, boa parte utilizado por políticos em campanha.
Até o fim da tarde desta sexta-feira, a PF revelou que já prendeu 18 pessoas, entre elas os responsáveis pela construtoras OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, Queiroz Galvão, Ildefonso Collares Filho e da UTC/Constran Engenharia, Ricardo Ribeiro Pessoa.
A Constran, adquirida pela UTC, foi a responsável pela construção do trecho da Ferronorte entre os municípios de Aparecida do Taboado (MS) a Cuibá (MT).
Além dos presos, a PF cumpriu mandados de prisão de executivos e funcionários das construtoras Mendes Junior, Engevix, IESA, Camargo Corrêa e Odebrecht, estas duas últimos com atuação em Mato Grosso do Sul.
A Camargo Corrêa foi a empresa contratada pela Prefeitura de Campo Grande, em 1953, para a primeira grande obra de pavimentação na Capital. E, mais recentemente, respondeu pela construção da ponte sobre o rio Paraná, entre as cidades de Castilho (SP) e Três Lagoas (MS).
Já o braço agroindustrial da Odebrecht conta com dois polos no Estado, nos municípios de Costa Rica e Rio Brilhantes. As unidades, da ETH Bioenergia, são responsáveis pelo processamento de cana-de-açúcar e transformação em etanol e energia elétrica.
A Justiça também bloqueou os bens dos executivos das empreiteiras investigadas até o limite de R$ 20 milhões por pessoa, chegando a um total de R$ 720 milhões, e emitiu 27 mandados de prisão preventiva e novo de condução coercitiva (no qual o cidadão é obrigado a prestar depoimento). Entre os presos está o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.