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Política

Ex-prefeito diz à Justiça que não interferiu na cassação de Bernal

Alberto Dias | 18/07/2016 13:00
Defesa de Nelson Trad Filho é suscinta e assinada pelo renomado escritório da família. (Foto: Marcos Ermínio)
Defesa de Nelson Trad Filho é suscinta e assinada pelo renomado escritório da família. (Foto: Marcos Ermínio)

Denunciados na Operação Coffee Break têm entre hoje e amanhã (18 e 19) para apresentarem suas defesas à Justiça. As mais recentes alegações protocoladas no TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) são do ex-prefeito Nelson Trad Filho (PTB) e do vereador Eduardo Romero (Rede). Ambos refutam ter recebido qualquer vantagem política ou financeira no episódio que culminou na cassação do prefeito Alcides Bernal, em 2014.

Sucinta, a defesa de Nelsinho Trad aponta insustentabilidade jurídica na denúncia de associação criminosa, além de contradições técnicas. "Não há absolutamente nenhuma prova dotada de credibilidade e seriedade que componha atuação ilícita", justifica o advogado Cezar José Maksoud, que assina o texto. Segundo ele, as acusações foram feitas dentro de um contexto político atribulado que incitava suposições em relação ao prefeito anterior a Alcides Bernal, "por se tratar de figura pública, suscetível a comentários, fofocas e intrigas".

Já o vereador Eduardo Romero, acusado de corrupção passiva, apresentou defesa pautada em sua trajetória, engajado desde cedo em causas ambientais e que aos 20 anos já presidia o bairro Universário, onde vive.

Sua advogada, Caroline Mendes Dias, alega falta de "justa causa", dizendo não haver indicíos de que Romero teria aceito vantagem para votar pela cassação de Bernal. Quanto aos telefonemas interceptados, a defesa aponta que "citavam indiretamente o nome do vereador por ser integrante, à época, do Partido Trabalhista do Brasil (PTdoB), sigla que poderia indicar um nome para chefiar a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano)".

Também já foram protocoladas as defesas do vereador Otávio Trad (PTdoB); do empresário Carlos Naegele; e do vereador Airton Saraiva (DEM). Outros denunciados, como o presidente da Câmara Municipal, João Rocha (PSDB) apontam que o prazo ainda está vigente e que as defesas estão sendo protocoladas. Alguns no entantanto, ainda têm esperança quanto à dilação do prazo para apresentar a defesa, como o vereador Edson Kiyoshi Shimabukuro (PTB).

Núcleos – Na esfera de associação criminosa, os denunciados são: Gilmar Olarte, João Amorim (empreiteiro), João Baird (empresário), Mario Cesar (vereador), Fábio Machinsky (empresário), Airton Saraiva (vereador), Flávio César (vereador), André Puccinelli (ex-governador), Nelson Trad Filho (ex-prefeito), Luiz Pedro Guimarães (empresário), Raimundo Nonato de Carvalho (empresário), André Scaff (procurador da Câmara) e Carlos Naegele (empresário).

Na corrupção ativa, foram denunciados: Gilmar Olarte, João Amorim, João Baird, Mario Cesar, Fábio Machinsky, Airton Saraiva e Flávio César. Na corrupção passiva, a denúncia é contra 11 vereadores: Edil Albuquerque, Carlos Augusto Borges (Carlão), Edson Shimabukuro, Gilmar da Cruz, Eduardo Romero, Jamal Salém, João Rocha, Alceu Bueno, Otávio Trad, Paulo Siufi e Waldecy Batista Nunes, o Chocolate.

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