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Política

Filmado atrás das grades, Artuzi recorre à justiça para “limpar” imagem

Aline dos Santos | 12/09/2011 10:30

Defesa quer identificação de autor de vídeo em delegacia

Vídeo questionado mostra Artuzi em cela de delegacia. (Foto: Reprodução)
Vídeo questionado mostra Artuzi em cela de delegacia. (Foto: Reprodução)

Estrela de vários vídeos da operação da PF (Polícia Federal), o ex-prefeito Ari Artuzi recorreu à justiça para que uma gravação em especial seja removida da internet: a que ele aparece atrás das grades.

A imagem do então prefeito na cela da 3ª Delegacia de Campo Grande foi divulgada com exclusividade pelo Fantástico, na Rede Globo, e depois ganhou a grande rede.

No processo, que tramita na 5ª Vara Cível de Dourados, é solicitado que seja cessada a exibição do vídeo, “ilegalmente realizado”. A defesa também quer que o autor da gravação, feita com câmera de celular, seja identificado, para futuro pedido de indenização.

A ação ainda pede que o Google identifique o IP dos computadores que postaram a gravação.

O pedido de liminar foi negado pelo juiz Jonas Hass Silva Júnior. O magistrado afirma que é juridicamente impossível exigir que a empresa jornalística revele o nome do autor da gravação, pois a Constituição Federal resguarda o sigilo da fonte.

Do ápice à renúncia - Liderança de bairro, Artuzi foi deputado estadual e chegou ao ápice do poder ao assumir a prefeitura de Dourados, segunda maior cidade do Estado, em 2008.

No ano seguinte, sofreu o primeiro abalo com a operação Owari, realizada pela PF (Polícia Federal). A ação investigou fraudes em licitações em Dourados, Ponta Porã e Naviraí para beneficiar o grupo Uemura.

Em setembro de 2010, veio a prisão na operação Uragano, também da PF. Desta vez, foi revelado esquema de fraudes envolvendo a prefeitura de Dourados, Câmara e empresários. Com prefeito, vice e presidente da Câmara presos, o comando da cidade ficou a cargo de um juiz.

A operação teve farto registro de gravações, em que prefeito e vereadores aparecem recebendo dinheiro. As imagens foram registradas por Eleandro Passaia, então secretário de Governo.

Artuzi foi trazido para Campo Grande por motivos de segurança. Ele passou pela 3ª delegacia, Garras e Presídio Federal. Depois de 90 dias atrás das grades, Artuzi renunciou.

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