Gaeco deve fazer acareação para esclarecer contradições nos depoimentos
Os promotores que atuam na investigação da Operação Coffee Break, deverão adotar mesmo procedimento usado na Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras: a acareação. A medida vem sendo estudada diante das contradições e inconsistências verificadas em alguns depoimentos. Deverão ser colocados frente a frente os depoentes que deram informações divergentes sobre a mesma situação.
Nesta semana, não haverá novos depoimentos. A equipe se concentra agora na análise do que foi dito pelos depoentes e na realização de diligências. Com base nesse trabalho é que deve ser definido os novos passos da investigação e não se descarta que algumas pessoas sejam intimadas a prestar novo depoimento. Como a Força Tarefa criada pelo MPE (Ministério Público Estadual) vem compartilhando informações e documentos com os órgãos que atuam na Operação Lama Asfáltica, também estão sendo analisadas contradições entre os que constam nos depoimentos feitos no Gaeco com o que foi apurado pelos outros órgãos, como Polícia Federal.
Os novos depoimentos só deverão ser retomados na próxima semana. Já está confirmado que serão chamadas a comparecer ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) para prestar depoimento a Elza Cristina Amaral e o prefeito afastado Gilmar Olarte (PP). Segundo investigações da Lama Asfáltica, Elza Cristina, sócia de João Amorim, era a operadora financeira da organização comandada pelo empreiteiro, dono da Proteco.
Elza deveria prestar depoimento ao Gaeco na semana retrasada, mas por estar em gravidez de risco solicitou o adiamento. A nova data do depoimento ainda não foi marcada. Estão sendo chamados a depor todos aqueles que foram pegos falando ao telefone sobre a cassação de Bernal, nas escutas telefônicas feitas pela PF com autorização da Justiça Federal. Também aqueles que tiveram os nomes citados nessas conversas, estão sendo chamados.
A Operação Lama Asfáltica foi deflagrada no dia 9 de julho deste ano, com o objetivo de investigar desvio de dinheiro federal por meio de fraudes em licitações e corrupção de servidores estaduais. Pelo que foi apurado, o esquema seria comandado por João Amorim. Ele também teria atuado para que a Câmara Municipal cassasse o mandato de Alcides Bernal, e como o caso é da esfera estadual, está sendo investigado pelo Gaeco.