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Política

Gaeco investiga uso de nome de prefeito para aplicar golpes na Capital

Zana Zaidan e Edivaldo Bitencourt | 25/04/2014 08:57
Gilmar teve o nome usado por estelionatário para aplicar golpes (Foto: Cleber Gellio)
Gilmar teve o nome usado por estelionatário para aplicar golpes (Foto: Cleber Gellio)

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) investiga a utilização do nome do prefeito Gilmar Olarte (PP) parar aplicar golpes e passar cheques sem fundo. Este é um dos crimes investigados e o alvo é o ex-assessor da Prefeitura, Ronan Edson Feitosa de Lima, que trabalhou como assessor na vice-prefeitura de janeiro do ano passado até março deste ano.

A revelação é de uma fonte próxima ao prefeito. Oficialmente, Olarte e os três vereadores já convocados para prestar depoimento mantêm mistério sobre o teor das investigações. "São vários crimes", revelou um dos parlamentares ouvidos pelo promotor Marcos Alex Vera. O prefeito deve prestar depoimento na próxima semana.

Segundo o Campo Grande News apurou, Ronan era assessor de Gilmar Olarte e frequentou a igreja fundada pelo atual prefeito, a Assembleia de Deus Nova Aliança. Conforme a fonte, ele usou esta proximidade com o então vice-prefeito para tirar vantagens e "abrir as portas". “Ele é um estelionatário e usava o nome do Olarte para passar cheques e tirar vantagem na praça”, disse.

No entanto, ainda segundo a fonte, o prefeito não tem responsabilidade nos golpes aplicados e, por isso, pretende colaborar com o trabalho do Gaeco. “Qualquer um que ao cometer um crime e usa o nome de alguém, é investigado, assim como a pessoa usada. O que não significa que essa pessoa esteja envolvida no crime. Quanto a isso, o prefeito dará os devidos esclarecimentos”, acrescentou.

No dia 11 de abril deste ano, a operação do Gaeco cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Olarte, que foi autorizada pelo desembargador Rui Celso Barbosa Florence, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Na ocasião, o promotor também notificou o prefeito a prestar depoimento.

Já Ronan Feitosa foi ouvido pelo promotor do Gaeco, Marcos Alex. Além da atual investigação, Ronan é acusado de ter dado um golpe em Valdir de Souza Vieira, dono da VSV Construtora, quando trabalhava para a empresa. Ele teria aproveitado uma viagem do dono da empresa, e trocado cheques com agiotas, além de ter sacado dinheiro do empresário para se apropriar dos valores.

A nomeação como assessor da prefeitura foi feita durante o mandato do ex-prefeito cassado Alcides Bernal (PP). Ele também aparece em um vídeo que circula na internet, em que aparece cantando junto com Olarte, na igreja Assembleia de Deus Nova Aliança, que tem o prefeito como presidente de honra.

O Gaeco não revela o teor da investigação, que está sob segredo de Justiça. Olarte segue o argumento do órgão, e alega preferir que o promotor tome a iniciativa de explicar o trabalho antes de se manifestar.

Sigilo - O Gaeco fez interceptações telefônicas e vai pedir a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados. O órgão não divulga informações sobre quantas pessoas são investigadas. A alegação é de que se trata de segredo de Justiça.

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