Indígenas protestam no Ministério da Justiça contra violência em MS

Um grupo indígenas de duas etnias realizou um protesto em frente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, em Brasília, pedindo fim da violência contra o povo guarani-kaiowá, que vem sofrendo ataques na Terra Indígena Panambi – Lagoa Rica, em Douradina, a 192 quilômetros de Campo Grande.

Com faixas e cartazes, os 45 representantes indígenas a apoiadores da causa chegaram a interromper, por alguns minutos, o fluxo de veículos que trafegavam pela Esplanada dos Ministérios. Uma pequena delegação foi recebida por representantes da pasta, mas até o momento não foi divulgado detalhes da conversa

A reserva indígena tem cerca de 12 mil hectares foi delimitada em 2011. Desde então, sucessivos recursos judiciais impedem a conclusão do processo de reconhecimento do direito indígena ao usufruto exclusivo da área, o que corresponderia a retirada de produtores rurais do local, principal ponto de conflito.

Ataques - De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), órgão vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ao menos 12 indígenas foram feridos. Barracos, objetos pessoais e símbolos da cosmologia guarani-kaiowá foram destruídos e incendiados. Vídeos compartilhados nas redes sociais flagram a presença ostensiva de caminhonetes, tratores e automóveis ao redor das áreas de retomadas.

Visita da ministra - A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, esteve em Douradina nesta terça-feira (2) e conversou com produtores rurais acampados perto de áreas de retomadas no município de Douradina, onde pelo menos 14 pessoas (12 indígenas e dois apoiadores de sitiantes) ficaram feridas em confrontos nas últimas três semanas.

Durante visita à área de conflito a ministra participou de cerimônia tradicional dos guarani-kaiowá, prometeu apoio do Governo Federal para acelerar a demarcação do Território Panambi Lagoa Rica e no momento em que estava deixando o local foi até os produtores acampados para conversar.

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