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Política

João Amorim permanece calado em depoimento à Polícia Federal

Antonio Marques | 26/09/2015 14:44
O empresário João Amorim, investigado na Operação Lama Asfáltica, permaneceu calado em depoimento na Polícia Federal (Foto: Marcos Ermínio)
O empresário João Amorim, investigado na Operação Lama Asfáltica, permaneceu calado em depoimento na Polícia Federal (Foto: Marcos Ermínio)

Em depoimento na PF (Polícia Federal) no início do mês, o empresário João Alberto Kramp Amorim dos Santos ficou calado por orientação dos seus advogados. Apenas se comprometeu a apresentar a relação bens dos últimos cinco anos que foram ou são de propriedades de todas as suas empresas.

Investigado na Operação Lama Asfáltica, deflagrada em 9 de julho pela PF, por envolvimento no esquema de corrupção em que houve favorecimento de empreiteiras, servidores e parte da cúpula da gestão estadual passado, João Amorim foi ouvido pelo delegado Marcos André Araújo Damato no último dia 2.

Primeiro, o delegado quis saber se João Amorim confirmava que, na madrugada do dia 16 de abril de 2014, os policiais federais havia abordado o jatinho modelo Phenon 100 da Embraer, em nome da empresa Itel Informática, em que estava presente o ex-secretário estadual de Infraestrutura Edson Giroto. Em seguida, Marcos André perguntou ao depoente se alguma autoridade que usou a referida aeronave teria pago pelo serviço de transporte.

Para as duas questões a resposta foi a mesma, “por orientação de seus advogados, desejava permanecer calado”. Assim seguiu o roteiro para cada pergunta da Polícia Federal, que também procurou saber que tipo de serviço José Carlos Franco de Souza presta ou prestava a João Amorim e suas empresas.

Conforme aparece nas escutas da Operação Lama Asfáltica, o engenheiro agrônomo José Carlos Franco de Souza é apontado pela Polícia Federal como “coletor de dinheiro” na suposta organização criminosa que envolveria políticos e empreiteiros de Mato Grosso do Sul.

A Polícia Federal também questionou se Amorim seria o verdadeiro proprietário das empresas LD Construções e Kamerof, mas o empresário preferiu não responder. A LD pertence aos irmãos Luciano Dolzan (genro de João Amorim) e Lucas Dolzan, vencedores de 50% da licitação do lixo, com a empresa CG Solurb.

Já a Kamerof Participações teria como sócia Elza Cristina Araújo dos Santos, que por sua vez é sócia de João Amorim na Proteco Construções. Além disso, a própria Kamerof teria negócios com outra empresa no exterior que teria sociedade com a Itel Informática, de João Baird, durante o governo de André Puccinelli.

Como João Amorim também se reservou ao direito de permanecer calado, o delegado questionou se ele responderia alguma pergunta no depoimento e ele disse que não, seguindo orientação de sua defesa. O policial federal ainda tentou saber o motivo da viagem de Amorim junto com Edson Giroto a cidade paulista de Presidente Prudente, no final de 2014, para visitar Antonio Petrin, mas não obteve resposta.

João Amorim também se negou a responder quem foram seus contadores pessoais e de suas empresas nos últimos cinco anos. O empresário colaborou apenas ao se comprometer em apresentar no prazo de 30 dias a relação de bens móveis e imóveis dos últimos cinco anos, que foram ou são de propriedade de todas as suas empresas, por solicitação da Polícia Federal.

Ao final do depoimento, João Amorim foi advertido pelo delegado sobre a obrigatoriedade de comunicar a PF sobre a possibilidade de eventuais mudanças de endereços conforme previsto na legislação penal.

O Campo Grande News tentou falar com os advogados de defesa que acompanharam João Amorim durante a oitiva na Polícia Federal, Benedicto Arthur Figueiredo Neto, de Campo Grande, e o renomado criminalista Alberto Zacharias Toron, de São Paulo, mas o celular do primeiro deu mensagem de caixa postal. Já no telefone fixo do escritório do segundo ninguém atendeu.

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