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Política

Jogo de empurra marca acareação entre Dorsa e reitora da UFMS

Ângela Kempfer e Jéssika Benitez | 04/07/2013 16:57
Dorsa ao fundo, ao lado da reitora.
Dorsa ao fundo, ao lado da reitora.

A acareação na tarde de hoje, entre o ex-diretor do Hospital Universitário, José carlos Dorsa, e a reitora da Universidade federal, Celia Maria, virou um jogo de empurra.

Os dois continuam atribuindo um ao outro a responsabilidade sobre irregularidades denunciadas após a Operação Sangue Frio, deflagrada após investigação sobre favorecimento da rede privada no combate ao câncer em Campo Grande.

Ambos reafirmaram o que já haviam dito à CPI da Saúde na Câmara Municipal. Dorsa garante que todas as decisões do HU eram submetidas à reitoria. Já Célia Maria continua falando que o médico tinha autonomia para decidir.
Mas Dorsa foi categórico: “tudo passa pela Reitoria”.

Mesmo assim, reitora afirma que só ficou sabendo em novembro do ano passado que o HU havia rejeitado o repasse de um acelerador linear para o tratamento de pacientes com a doença. A recusa foi formalizada em agosto.
Segundo Célia Maria, não houve qualquer questionamento a Dorsa, porque na sequência o Ministério Público exigiu que o repasse fosse feito.

Ambos são bastante pressionados, tanto pelos vereadores, quanto por estudantes e servidores que estão no plenário.
Dorsa foi vaiado, por exemplo, quando um dos integrantes da Comissão criticou a forma vulgar como tratou os equipamentos, chamando de “troço”, conforme escutas telefônicas divulgadas nesta semana.

Como argumento, o médico lembrou que tem “a segurança da Constituição, que assegura que o direito de falar como quiser na intimidade”.

A reitora justifica a “desinformação” dizendo que “lida com Ministério da Educação e não com o da Saúde”, apesar do HU ser um hospital escola ligado à UFMS.

Os dois só concordaram na defesa sobre o motivo de terem rejeitado o acelerador. “Aparelho novo não e só colocar na tomada, precisa de uma equipe”, argumentou a reitora.

Segundo ela, hoje o déficit de funcionários chega a 1.1 mil, uma deficiência que só piora ao longo dos anos.
Sobre o fato de em nenhum momento a UFMS ter aberto algum processo administrativo por conta da desativação da Radioterapia, a reitora alega que “Não e assim na UFMS, não é dessa forma que trabalhamos”.

Ela admite que só depois da Operação Sangue frio é que a instituição abriu 8 processos administrativos. Mesmo assim, Célia Maria defende Dorsa. “Mas são indícios, não posso falar que há culpados ou não”.

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