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Política

Justiça manda PT e Delcídio pagarem dívida de campanha de R$ 1 milhão

A conta em gráfica deveria ter sido quitada em dez parcelas, mas nenhum valor foi pago

Aline dos Santos | 27/09/2021 11:15
Delcídio e Lula durante campanha para governo. (Foto: Arquivo/Marcelo Victor)
Delcídio e Lula durante campanha para governo. (Foto: Arquivo/Marcelo Victor)

A fracassada Eleição de 2014 rendeu condenação para o PT (Partido dos Trabalhadores) e Delcídio Amaral, então candidato ao governo, que foi derrotado por Reinaldo Azambuja (PSDB).

Na última quarta-feira (dia 22), a Justiça determinou que o diretório regional do PT e o ex-senador Delcídio paguem, solidariamente, dívida de campanha no valor de 1.064.518,85. A decisão é do juiz da 11ª Vara Cível de Campo Grande, Marcel Henry Batista de Arruda.

O débito, com valor original de R$ 615 mil, era com a Gráfica Jafar Ltda. A questão foi parar na Justiça em 15 de outubro de 2018. O valor do crédito foi cedido para o escritório Ferraz & Advogados Associados S/S e o advogado José Augusto Roriz Braga.

Na ação monitória (um procedimento de cobrança), foi anexada ata de reunião do PT, realizada após a eleição, em que a sigla assume os débitos de R$ 1,9 milhão remanescentes da campanha de Delcídio do Amaral Gomez. A dívida com a gráfica deveria ter sido quitada em dez parcelas, mas nenhum valor foi pago. A defesa do diretório regional do PT ainda avalia se vai recorrer.

Ronaldo Franco atua na defesa do diretório regional do PT. (Foto: Marina Pacheco/Arquivo)
Ronaldo Franco atua na defesa do diretório regional do PT. (Foto: Marina Pacheco/Arquivo)

Depois da Eleição de 2014, ficou conta da campanha do Delcídio e o PT assumiu, o que foi um erro. O PT está pagando a conta de um delator. Naquela época, cometeu essa sandice. Se ele tivesse vergonha na cara, pagava a conta”, afirma o advogado Ronaldo Franco.

“Foi uma decisão de primeiro grau e a parte que se vê prejudicada pode recorrer ao segundo grau. É uma dívida do partido e o candidato entrou como devedor solidário”, afirma o advogado Fábio Ferraz, do escritório Ferraz & Advogados Associados.

A reportagem não conseguiu contato com o ex-senador Delcídio nesta segunda-feira.

Azedou - As relações entre o PT e Delcídio, atualmente, presidente do PTB, se azedaram em 2015, quando o então senador foi preso pela PF (Polícia Federal). Na sequência, ele fez delação premiada.

Delcídio foi cassado em maio de 2016, por unanimidade pelo plenário do Senado, por quebra de decoro, diante das suspeitas de articular um plano de fuga para Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, a fim de evitar a delação.

Mas, na Justiça Federal, as suspeitas não foram consideradas fundamentadas. Na sequência, foi mantida, por unanimidade, a sentença de primeira instância que havia inocentado Delcídio.

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