Marquinhos Trad pagará contas de luz 'de Bernal' até fim do ano
Secretário de Finanças, Pedrossian Neto, confirma existência de contratos irregulares. Pagamentos continuam suspensos até abril
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Com várias contas em atraso, a administração municipal conseguiu um parcelamento para sua dívida milionária junto à concessionária de energia elétrica - Energisa. Os débitos referentes a 2016 e que somavam cerca de R$ 6 milhões serão quitados em nove parcelas, com vencimentos a partir de abril, conforme informou ao Campo Grande News o secretário de Finanças, Pedrossian Neto.
A medida visa garantir que o fornecimento de enegia não seja suspenso no Paço Municipal, escolas, unidades de saúde e outros prédios públicos. O mesmo é feito junto à empresa Águas Guariroba, porém, neste caso, a negociação ainda não foi concluída, segundo Pedrossian. Ao assumir, a atual gestão disse ter contabilizado seis meses de contas atrasadas, "com água e luz no corte".
Tais negociações, porém, são exceção. Contas em atraso, parcelas de convênios, débitos com fornecedores e demais contratos da gestão anterior, do ex-prefeito Alcides Bernal (PP), estão sendo auditados. Enquanto isso, todos os pagamentos estão suspensos por 90 dias, prazo que vence na primeira quizena de abril.
A ordem vem de cima: "Absolutamente nenhuma empresa foi paga até o dia de hoje", declarou há pouco o prefeito Marquinhos Trad (PSD), ao reclamar que o excesso de comissionados da gestão anterior inviabilizou investimentos. "Assumimos com R$ 360 milhões de dívidas e já pagamos metade. Dinheiro que poderia ser usado na saúde, educação, segurança, lazer e até aumento de salário para servidores", disse.
Irregularidades - Questionado pela reportagem se foram encontradas irregularidades em contratos, o secretário de Finanças Pedrossian confirma, sem detalhes. "Sim, encontramos contratos assim". Sobre o andamento dos trabalhos que dissecam "contrato por contrato", ele adianta apenas que o serviço é longo e não terminará antes do prazo, que vence em abril. "Até lá continua tudo igual".
Logo ao assumir, Trad já reclamava da água e luz deixadas pelo antecessor. "A antiga gestão deixou de pagar quase R$ 12 milhões de água e luz", declarou, em 3 de janeiro. O valor refere-se ao consumo do Paço Municipal e dos prédios públicos, incluindo escolas, creches e unidades de saúde. Também faz parte desta conta a iluminação pública, que o município deixou de pagar à Energisa após a suspensão da Cosip (Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública) em julho pelo poder Legislativo.