MPE suspende férias de promotor para finalizar trabalhos da Coffee Break
O MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) resolveu suspender as férias do coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), o promotor Marcos Alex Vera, para finalizar os trabalhos referentes a Coffee Break. A investigação apura se houve esquema de compra de votos na cassação do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), em março de 2014.
A revogação foi publicada no Diário oficial do Ministério Público, desta sexta-feira (8). De acordo com o documento, ficou sem efeito a Portaria nº 2875/2015, de 18 de dezembro de 2015, que concedia férias de 7 a 16 de janeiro de 2016. O promotor, que já voltou a atuar, nesta sexta-feira, assim como os demais servidores, estavam em recesso.
Ainda segundo o Ministério Público, atos de revogações de férias como este são comuns, em virtude da necessidade de concluir determinados trabalhos investigatórios, como é o caso da Coffe Break.
Em dezembro passado, especulações, depois confirmadas, davam conta de que o promotor deixaria o cargo de coordenador do Gaeco, o que fez o MPE convocar uma coletiva para explicar a situação. A informação era de o procurador-geral de Justiça, Humberto Brites, teria dito que o promotor agiu de forma irresponsável e Marcos Alex teria reagido com xingamento.
Na ocasião da entrevista coletiva, realizada na sede do MPE, o procurador-geral em exercício, Paulo Cezar Passos, disse que Marcos Alex deixaria a coordenação depois da finalização e entrega da investigação a justiça, que deve ocorrer em até 60 dias, afirmou, na época.
O relatório da Coffee Break, que aponta envolvimento de dois ex-prefeitos, empresários e 13 vereadores na suposta compra de votos, foi entregue em dezembro de 2015 e está nas mãos do procurador-geral, Humberto Brittes. Este, por sua vez, com mais quatro promotores, serão responsáveis por analisar o documento de 245 páginas, decidir por mais diligências, pela entrega a justiça ou, ainda, pelo arquivamento.
Cafezinho – A operação Coffee Break foi deflagrada em 25 de agosto e resultou, de imediato, no afastamento do então prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), e do ex-presidente da Câmara Municipal, vereador Mario Cesar (PMDB). A operação, que ainda deteve empresários e vereadores, surgiu após a imprensa divulgar gravações da ação da Polícia Federal. Lá, a senha para a propina seria a expressão “tomar um cafezinho”.
Os áudios sinalizam a interferência do empresário João Amorim, dono da Proteco Construções Ltda e apontado como líder do esquema, na votação em que os vereadores cassaram Bernal.