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Política

Pedra diz que recebeu oferta de R$ 1 milhão para ajudar a cassar Bernal

Paulo Yafusso | 16/10/2015 17:20
Paulo Pedra deixa a sede do Gaeco no dia 2 de setembro, foi foi prestar depoimento sobre cassação de Alcides Bernal (Foto: Fernando Antunes)
Paulo Pedra deixa a sede do Gaeco no dia 2 de setembro, foi foi prestar depoimento sobre cassação de Alcides Bernal (Foto: Fernando Antunes)

Em depoimento prestado como testemunha ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) no dia 2 de setembro deste ano, o vereador licenciado e atual secretário Municipal de Governo, Paulo Pedra, afirmou aos promotores de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira e Marcos Roberto Dietz, que foi procurado por uma pessoa que ofereceu R$ 1 milhão para que mudasse de posição e votasse pela cassação do prefeito Alcides Bernal (PP). Na sessão realizada no dia 12 de março do ano passado, 23 vereadores votaram pela retirada do prefeito e 6 contra, e entre os que votaram pela permanência do progressista no poder estava Paulo Pedra.

À página 5 do depoimento, Pedra relata que no dia 12 de março de 2014, quando já estava na Câmara Municipal, foi procurador por uma pessoa que ele não conhece, que disse estar ali em nome de Fábio Portela (Fábio Portela Machinsky, conhecido como Fabão) e Luiz Pedro (Luiz Pedro Guimarães). Essa pessoa teria perguntado ao então vereador se “teria interesse em receber R$ 1 milhão para mudar de posição, votando pela cassação de Alcides Bernal”.

Paulo Pedra disse que recusou a proposta e votou contra a cassação de Bernal. Luiz Pedro Guimarães é o empresário que entrou com pedido de criação da Comissão Processante para tirar Bernal da Prefeitura. Ele, que também é advogado, usou como argumento para pedir a abertura da Comissão o relatório da CPI do Calote, criada para apurar o não pagamento, pelo prefeito Bernal, a alguns fornecedores. Essa inadimplência teria como finalidade criar uma situação para que o prefeito contratasse em regime emergencial, empresas com as quais tinha alguma ligação.

Afirmando desconhecer o teor do depoimento de Paulo Pedra, Luiz Pedro Guimarães reagiu com indignação a declaração do vereador licenciado. “Isso é molecagem. Esse é o tipo de papel de camarada mau caráter, nunca passou pelas minhas mãos R$ 1 milhão, citar o meu nome é imoral”, afirmou. Sobre Fábio Machinsky, o empresário disse que o viu “raríssimas vezes” e não o conhece. Luiz Pedro declarou que ao ser inquirido pelo promotores do Gaeco, em nenhum momento eles citaram essa declaração de Paulo Pedra.

No depoimento Paulo Pedro cita que no período que antecedeu a sessão em que Bernal foi cassado, intensificaram-se as reuniões com vistas a acertar as indicações, pelos vereadores, para os cargos na Prefeitura, assim que o vice-prefeito Gilmar Olarte assumisse. Uma das reuniões, que teria contado com a presença de todos os vereadores que votaram pela cassação de Alcides Bernal, teria sido realizada na casa da vereadora Carla Stephanini (PMDB).

Procurada, a vereadora afirmou que as investigações prosseguem, e por isso não comentaria o que Pedra disse no depoimento ao Gaeco. Stephanini também foi ouvida pelo órgão do MPE (Ministério Público Estadual). Segundo ela, foi ouvida na condição de testemunha. O Campo Grande News tentou contato com Fábio Machinsky, mas não obteve êxito. Também não conseguiu falar com os advogados dele.

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