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Política

Polícia não consegue imagens da morte de Goldoni e testemunha some

Paulo Yafusso e Helio de Freitas | 16/09/2015 15:59
O corpo do ex-prefeito Oscar Goldoni foi enterrado nesta tarde no cemitério de Ponta Porã (Foto: Leo Veras)
O corpo do ex-prefeito Oscar Goldoni foi enterrado nesta tarde no cemitério de Ponta Porã (Foto: Leo Veras)

Como acontece com a maioria dos crimes de repercussão na região de fronteira, a Polícia Civil está encontrado dificuldade em levantar pistas sobre os autores e o motivo do assassinato do ex-deputado estadual e federal e ex-prefeito de Ponta Porã, Oscar Goldoni (PDT). Ele foi morto com vários tiros no final da manha desta terça-feira (15), em frente ao Detran da cidade. A principal testemunha, um funcionário que estava com a vítima no momento do crime desapareceu, não foi encontrado nesta quarta-feira (16) para prestar depoimento.

As equipes envolvidas na investigação também não conseguiram ainda imagens das câmeras de segurança dos prédios das ruas próximas ao local do crime, que pudessem ajudar. Muitos dos moradores e comerciantes alegam que os equipamentos estão com problema ou não gravaram as imagens.

E também não se conseguiu nos hospitais de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, nenhuma informação sobre atendimento a algum paciente baleado. A polícia tem a informação de que Oscar Goldoni teria reagido e atirado contra os pistoleiros e um deles teria sido atingido. Uma arma com 10 cápsulas deflagradas que seria da vítima, foi apreendida e encaminhada para perícia.

O delegado Regional de Ponta Porã, Clemir Vieira Júnior afirmou que toda investigação na região de fronteira é complexa, e que no caso do Paraguai existe a questão de soberania. Segundo ele, a única informação que se obteve no país vizinho foi de que não há nenhum baleado internado nos hospitais da cidade.

Para ele, o depoimento do funcionário de Goldoni “é imprescindível” para esclarecer o crime. O delegado regional afirmou que a testemunha já está identificada e acredita-se que será possível ouvi-lo. Clemir Vieira acredita que ele não foi encontrado hoje para prestar depoimento por conta do momento de comoção pela morte do ex-prefeito da cidade.

A informação é de que o funcionário saiu correndo e se escondeu quando começou o tiroteio. Ele deveria ser ouvido hoje, mas a informação é de que a polícia e nem os familiares de Oscar Goldoni conseguiram localizá-lo. Segundo o delegado regional, as informações dessa pessoa poderão ajudar muito mais que as imagens das câmeras de segurança dos prédios da região. “Na maioria dos casos as imagens são de pouca definição e não se consegue nem ver a placa do carro”, afirmou.

Para esclarecer o crime, a principal linha de investigação da polícia é o desentendimento comercial entre Oscar Goldoni e os irmãos Fábio e Fabrício Moresco, por causa da fábrica de refrigerantes Vô Kiko. Goldoni teria conseguido na Justiça retomar a fábrica dos irmãos e a partir daí teria ocorrido briga entres eles. Os Moresco sofreram dois atentados em julho de agosto e nos registros feitos na polícia, eles afirmaram que Oscar Goldoni seria o mandante, fato negado pelo ex-deputado ao ser ouvido pela polícia.

Enterro - Por volta de 14h30, familiares e amigos de Oscar Goldoni acompanharam o cortejo do Paço Municipal até o Cemitério Cristo Rei. Uma viatura do Garras ficou parada em frente ao cemitério. O pároco da igreja Matriz São José, padre Paulo de Souza celebrou uma missão de corpo presente, ainda na sede da prefeitura, onde ocorreu o velório.

Dezenas de pessoas acompanharam o sepultamento na tarde de hoje (Foto: Leo Veras)
Dezenas de pessoas acompanharam o sepultamento na tarde de hoje (Foto: Leo Veras)
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