Prestes a assumir mandato, réu na Omertá diz que é acusado do que não fez
Apesar de empolgado com retorno, Ademir Santana diz que ter nome ligado às investigações pode atrapalhar
Suplente de vereador em Campo Grande, Ademir Santana (PSDB) está prestes a assumir cadeira na Câmara Municipal, com a saída de João César Mattogrosso (PSDB) para a secretaria estadual de governo. Réu na Operação Omertá, que desmontou associação criminosa na cidade, Ademir diz que é implicado em crime que não cometeu e que a Justiça terá de repará-lo.
Santana foi vereador até o ano passado e se diz empolgado com o retorno à Câmara. “Vamos retomar vários projetos”, afirma. Apesar disso, concorda que pode atrapalhar o fato de ter o nome ligado às investigações que desmontaram uma das principais associações criminosas da Capital.
“Atrapalhar, atrapalhar, mas eu sou citado em uma carona que não dei. Confio na Justiça dos homens e na de Deus. Estou sendo acusado de uma coisa que não fiz e a Justiça vai ter de reparar isso”, afirma.
O episódio da carona a qual o ex-vereador se refere, chegou até a polícia pelo depoimento do do empresário José Carlos de Souza, proprietário de casa, no Jardim Monte Líbano, onde foi apreendido arsenal bélico atribuído à quadrilha chefiada por Jamil Name e Jamil Name Filho, o Jamilzinho.
Em depoimento, José Carlos afirmou que teve o imóvel tomado pelo grupo criminoso para pagar dívida milionária, contraída a partir de 2015. Segundo o empresário, Ademir Santana transportou ele e a esposa para o local onde o casal ficou sob mira de arma, a mansão de Jamil.
No ano passado, a prisão do ex-vereador chegou a ser pedida, mas foi rejeitada pela Justiça, que determinou que dois endereços de Ademir fossem alvos de busca e apreensão. O processo segue tramitando na Justiça.
Sem data marcada, o retorno de Santana ao mandato deve acontecer nos próximos dias, com a oficialização do licenciamento de João César Mattogrosso.