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Política

Sem Lula, Marina e Barbosa empatam e Bolsonaro lidera corrida ao Planalto

Levantamento do Paraná Pesquisas com 2.002 eleitores em todo o país mostra liderança do candidato do PSL sem inclusão do petista em disputa –quando citado, Lula lidera

Humberto Marques | 03/05/2018 16:15
Bolsonaro, durante ato em Dourados em fevereiro: pré-candidato do PSL lidera com folga em cenários sem Lula. (Foto: Hélio de Freitas/Arquivo)
Bolsonaro, durante ato em Dourados em fevereiro: pré-candidato do PSL lidera com folga em cenários sem Lula. (Foto: Hélio de Freitas/Arquivo)

Sem a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) lidera todos os cenários da corrida pelo Palácio do Planalto em 2018. É o que aponta o resultado de consulta estimulada feita pela Paraná Pesquisas com 2.002 brasileiros das cinco regiões do país entre os dias 27 de abril e 2 de maio. A ex-senadora Marina Silva (Rede) e Joaquim Barbosa (PSB), ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, estão virtualmente empatados em segundo lugar.

Bolsonaro só não aparece em primeiro no cenário no qual Lula é indicado como candidato do PT à sucessão federal –o petista segue em primeiro lugar. O ex-presidente teve condenação em segunda instância por corrupção ativa decretada pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) e cumpre pena de prisão em Curitiba (PR). Tal fato o tornou ficha-suja, sendo impedimento para que ele disputa a sucessão de Michel Temer.

Quando Lula é citado, todos os candidatos melhores colocados sofrem perdas de voto, o mesmo ocorrendo com o contingente de entrevistados que disse não votar em nenhum dos nomes citados –que cai quase pela metade.

Sem Lula, Marina e Barbosa empatam e Bolsonaro lidera corrida ao Planalto

Sem Lula – No primeiro cenário divulgado, com o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad representando o PT, Bolsonaro lidera com 20,5% das intenções de voto. Marina soma 12% e Barbosa, 11%. Ciro Gomes (PDT) tem 9,7% das intenções de voto, um pouco à frente do ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), que aparece com 8,1%.

Temer somou apenas 1,7% das intenções de voto, ficando atrás de Álvaro Dias (Podemos), com 5,9%; Haddad, que somou 2,7%; e da deputada federal Manuela D’Ávila (PC do B-RS), com 2,1%. O empresário Flávio Rocha (PRB) somou 1%.

Guilherme Boulos (Psol), o ex-ministro Henrique Meirelles (PSD), o empresário João Amoêdo (Novo) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) foram citados, mas não atingiram 1% das intenções de voto cada um.

Entre os entrevistados, 17,5% (o segundo maior contingente de eleitores) afirmaram não votar em nenhum dos citados, enquanto 4,7% não souberam responder.

Sem Lula, Marina e Barbosa empatam e Bolsonaro lidera corrida ao Planalto

Com Lula – Inserido como alternativa do PT, Lula figura como primeiro colocado na pesquisa, com 27,6% das intenções de voto. Bolsonaro chega a 19,5% da preferência dos entrevistados (número próximo ao atingido nas consultas sem o petista). O empate entre Marina e Barbosa persiste, mas com o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) à frente da ex-senadora: são 9,2% das intenções de voto para o pré-candidato do PSB, ante 7,7% para o nome da Rede.

Alckmin (6,9%) aparece à frente de Ciro (5,5%), que está quase empatado com Álvaro Dias (5,4%). Manuela D’Ávila soma 1,2%, e Temer chega a 1,1%.

Os demais nomes citados somam 3% –Rocha, Boulos, Meirelles, Amoêdo e Maia não atingiram 1% das intenções de voto cada um.

O recorte ainda mostra uma redução no número de entrevistados que não votariam em nenhum candidato: 9,6%. Outros 3,2% dos participantes não souberam responder.

Sem Lula, Marina e Barbosa empatam e Bolsonaro lidera corrida ao Planalto

Sem o PT – No terceiro cenário, a pesquisa exclui as candidatura de Lula e do próprio PT. Aqui, Bolsonaro volta à frente, com 20,7% das intenções de voto. Na sequência aparecem Marina (13,3%), Barbosa (11,2%), Ciro (10,1%), Alckmin (8,4%), Dias (6,1%), Manuela (2,1%), Temer (1,7%) e Rocha (1%). Os outros nomes somaram 3% –incluindo Boulos, Meirelles, Amoêdo e Maia.

Entre os entrevistados, 17,3% disseram não votar em nenhum dos nomes nessa simulação e 4,7% não souberam responder.

Apostas – Os entrevistados também foram questionados se votariam em um candidato indicado por Lula, opção rejeitada por 61,2% dos participantes da pesquisa. Outros 23,4% disseram apoiar um escolhido pelo ex-presidente, ao passo que 14,1% afirmam que a opção dependeria do "ungido" –1,3% não souberam ou não opinaram.

Outro questionamento apontou que 63,2% não acreditam que Lula conseguirá registrar sua candidatura, ante 32,7% que creem na possibilidade e 4,1% que não souberam ou não opinaram.

Lula, cercado por militantes do PT e sindicalistas antes da prisão; maioria não crê que ele conseguirá registrar candidatura. (Foto: Sindicato dos Metalúrgicos/Reprodução)
Lula, cercado por militantes do PT e sindicalistas antes da prisão; maioria não crê que ele conseguirá registrar candidatura. (Foto: Sindicato dos Metalúrgicos/Reprodução)

A pesquisa também sondou a população sobre a percepção sobre qual candidato Lula apoiaria. Marina Silva aparece como a mais cotada, com 15% das "apostas", à frente de ciro Gomes (11,8%) e do petista Haddad (11,5%). Marina foi do PT, migrou para o PV e fundou a Rede.

Temer (4,1%), Alckmin (3,9%), Bolsonaro (3,6%), Barbosa (3,3%) e Manuela (2,9%) aparecem virtualmente empatados, enquanto os demais presidenciáveis citados somaram 6,7%. Contudo, a maioria (30,4%) disse não saber quem Lula poderia apoiar.

Questionário – O instituto Paraná Pesquisas entrevistou 2.002 eleitores acima de 16 anos, estratificados a partir de sexo, faixa etária, escolaridade, nível econômico e posição geográfica, nos 26 Estados e Distrito Federal e em 154 municípios.

As entrevistas foram realizadas entre 27 de abril e 2 de maio. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, variando por região (3,5% no Sudeste, onde houve 871 entrevistas; 4,5% no Nordeste, com 539 entrevistas; 6% para o Norte e Centro-Oeste, com 300 entrevistas; e de 6% para o Sul, com 292 entrevistados).

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