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Política

Sem “reinventar a roda”, Mochi quer ir a 79 cidades em 40 dias de campanha

Terceiro nome do MDB para a disputa do governo afirma que, se eleito, pretende “fazer o que tem de ser feito”; campanha inclui maratonas no fim de semana e três dias na Capital

Humberto Marques | 21/08/2018 17:03
Mochi pretende conciliar mandato na Assembleia com a campanha ao governo do Estado. (Fotos: Henrique Kawaminami)
Mochi pretende conciliar mandato na Assembleia com a campanha ao governo do Estado. (Fotos: Henrique Kawaminami)

Último candidato escalado por seu grupo político para disputar o governo do Estado, o atual presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi (MDB), pretende percorrer os 79 municípios do Estado em um intervalo inferior a 40 dias. O “Expresso 15”, que visitará média de 12 cidades entre as quintas-feiras e domingos até a véspera do primeiro turno, foi a alternativa encontrada para o emedebista para tentar reverter a desvantagem em relação a outros candidatos e levar duas mensagens: a de que, se eleito, não vai “reinventar a roda” e fará “o que precisa ser feito”.

Detalhes do projeto eleitoral foram apresentados pelo candidato na tarde desta terça-feira (21), em visita ao Campo Grande News. Mochi informou já ter superado alguns entraves. O primeiro deles é “o esqueleto para fazer a campanha rodar”, com a manutenção de contratos com produtoras e equipes de marketing contratadas para as campanhas de André Puccinelli e de Simone Tebet –o primeiro abdicou da disputa após a prisão durante a Operação Lama Asfáltica, enquanto a senadora alegou questões pessoais para não levar adiante a candidatura– e a formalização dos contratos restantes.

O segundo passo foi conversar com as chapas proporcionais (deputados federal e estadual) para definir a forma de fazer campanha no interior. “A ideia que desenhamos é o ‘Expresso 15’: fizemos um cronograma para visitar os 79 municípios em 40 dias, iniciando na próxima sexta-feira (24)”, explicou. A campanha terá início por Coxim –a 260 km de Campo Grande–, cidade pela qual Mochi foi prefeito e lhe projetou para a política estadual.

O tempo, porém, será mais apertado: Mochi planeja visitar 12 municípios a cada um dos seis finais de semana antes das eleições. Em paralelo, nos dias anteriores, “venho e volto, reservando em toda a semana três dias para (fazer campanha em) Campo Grande”. No cronograma, o candidato descarta se afastar neste momento do mandato na Assembleia. “Se precisar, nos últimos 15 ou 20 dias. Se prejudicar o normal andamento das ações parlamentares na Casa, eu me afasto. Senão, não”.

Sem “reinventar a roda”, Mochi quer ir a 79 cidades em 40 dias de campanha

"Não vim para reinventar a roda. Não sou candidato para achar que nada foi feito, até porque participei de muitas construções coletivas nesses 12 anos (de mandato parlamentar) em relação ao governo do Estado"

Adequações – Mochi afirma que a proposta de governo protocolada no ato de registro de candidatura segue as 15 metas que seriam defendidas por Puccinelli ou Simone, porém, foi alvo de reanálise e receberá ainda acréscimos. “Fiz a leitura e sentamos com a equipe rapidamente, fizemos as alterações que entendíamos serem necessárias e fizemos um plano de objetivos gerais”.

Agora, o candidato afirma que a equipe do MDB realiza coletas de dados para os planos de ações nas áreas de cada competência, definindo objetivos específicos. Nesse sentido, Junior Mochi afirma que terá como bandeira “fazer o que tem de ser feito”.

“Quando digo isso quero dizer, de forma muito clara, que não vim para reinventar a roda. Não sou candidato para achar que nada foi feito, até porque participei de muitas construções coletivas nesses 12 anos (de mandato parlamentar) em relação ao governo do Estado. Mas tem muitas questões que precisam ser feitas”.

Entre tais pontos, a plataforma do candidato inclui a colocação em prática do Plano Estadual de Educação, elaborado ao longo de dois anos e com 21 metas discutidas junto com a sociedade. “Tem de pegar esse plano em transformar em ‘bíblia de governo’ e procurar cumprir metas estabelecidas que estão sendo construídas coletivamente”.

Da mesma forma ele destaca a efetivação do plano de regionalização da saúde, com o atendimento de especialidades nas 11 sedes das microrregiões e a transferência para Campo Grande, Dourados e Três Lagoas de casos de alta complexidade “que não tem como dar conta no interior”; fortalecendo ainda consórcios intermunicipais do setor.

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"Você tem de fazer a política da coalizão, de quem tem disposição para dialogar com todos os setores, públicos e privados, e encontrar a equação da corresponsabilidade"

O plano de gestão emedebista ainda aponta a necessidade de um cronograma para reposição de pessoal na segurança pública e a instituição de um plano de segurança nas fronteiras “no qual você cria uma parceria efetiva entre todas as áreas e setores da segurança pública, em nível federal e estadual, e possamos efetivamente criar um planejamento que vai desde a prevenção e combate à custódia dos presos de competência federal”. Segundo ele, essa equalização conterá gastos que consomem recursos para aparelhamento e preparação de pessoal no setor.

Já na Assistência Social, Mochi aposta no nome da vice, Tânia Garib, que chegou a pasta na gestão de Puccinelli e que, segundo ele, vai agregar na captação de recursos federais e “na coordenação de políticas sociais locais”.

Coalizão e Puccinelli – Mochi também prevê que os gestores eleitos neste ano enfrentarão um cenário “menos ruim do que era há dois anos atrás, mas que ainda não é extremamente positivo”, no campo econômico. Para tal enfrentamento, afirma ele, “você tem de fazer a política da coalizão, de quem tem disposição para dialogar com todos os setores, públicos e privados, e encontrar a equação da corresponsabilidade”.

O candidato afirma, ainda, assumir uma candidatura “sem ter assumido nenhum compromisso com qualquer grupo”. “Posso ser a alternativa viável e que a população almeja”, emendou.

Sobre André Puccinelli, ele destaca ser uma pessoa diferente do ex-governador. “Ele tem um estilo, eu outro. Já disse isso para ele: quando ele toma uma decisão, traça uma reta e passa; já eu, se precisar, faço atalhos, porque gosto de construir, chegar na frente e discutir. Tenho um perfil conciliador, de quem gosta de articular, dialogar para construir os consensos mínimos”.

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