Vereadores defendem corte de comissionados e gastos na prefeitura
O corte de R$ 100 milhões, que deve ser promovido pela Prefeitura Municipal de Campo Grande, tem o apoio entre vereadores da base do prefeito Gilmar Olarte (PP) e na bancada de oposição. Ambos os grupos ressaltam ser preciso “cortar excessos” para garantir a regularidade de pagamentos dos servidores municipais e de investimentos em execução.
Airton Saraiva (DEM) defende a apresentação de um balanço, por parte das secretarias municipais, sobre os excessos existentes e como cada setor do Executivo contribuirá na economia proposta por Olarte. Ele ainda justifica que o momento é de corrigir possíveis falhas de planejamento, em vista da arrecadação estar aquém do esperado.
“O excesso foi feito querendo acertar. Estamos atentos e cobrado o prefeito para que enxugue a máquina pública”, comenta o democrata.
Em contrapartida, José Orcírio Miranda, o Zeca (PT), avalia que o prefeito não está equivocado em promover os cortes, mas se faz necessário criar legislação que limite o número de comissionados para evitar o inchaço da administração e valorizar os servidores concursados “que ficam em segundo plano”.
Luiza Ribeiro (PPS) é mais incisiva ao citar que, de janeiro a agosto, foram nomeadas 409 pessoas para atuar na Segov (Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais). As informações tem por base dados publicados no Diário Oficial e retratam, conforme a vereadora, “abuso no gasto público”.
“Dinheiro público não pode pagar acordo político. Se fosse meu marido ia levar uma boa reprimenda. Não pode usar o cofre público com prejuízo para a sociedade”, pontua Luiza, que encaminhou pedido de investigações sobre nomeação de comissionados ao MPE (Ministério Público Estadual).
Correções, no entanto, já estão em andamento na Câmara Municipal para evitar que a mesma situação se repita no próximo ano, conforme o líder do prefeito, João Rocha (PSDB).
“Vivemos situação diferenciada pela que a Capital passou e penso que é hora de corrigir os rumos com a aprovação do Orçamento [de 2015]. Agora, é necessário fazer cortes onde haja algum tipo de gordura”, reforça o tucano.
Já Vanderlei Cabeludo (PMDB) entende que o corte de comissionados precisa ser pontual, a fim de não ter problemas com a folha de pagamento no fim do ano. Porém, defende que uma “força tarefa” possa ser estabelecida, em 2015, para colocar em dia o que possivelmente sofrer atrasos com a redução de servidores.