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Política

Vídeo que Bolsonaro postou e teve que esclarecer à PF é de procurador de MS

Ex-presidente teve que justificar porque publicou entrevista do procurador do Estado, Felipe Gimenez

Gabriela Couto | 27/04/2023 16:11
Print da postagem do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) realizado no dia 10 de janeiro que motivou oitiva na Polícia Federal. (Foto: Reprodução)
Print da postagem do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) realizado no dia 10 de janeiro que motivou oitiva na Polícia Federal. (Foto: Reprodução)

Desde quarta-feira (26), trechos da oitiva que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu para Polícia Federal são divulgados pela imprensa e até por ele. O político teve que dar depoimento para esclarecer o inquérito que apura os ataques do dia 8 de janeiro, quando milhares de vândalos invadiram os prédios dos três Poderes, em Brasília (DF).

Bolsonaro tenta explicar por que dois dias após os atos antidemocráticos publicou nas redes sociais o vídeo da entrevista do procurador de Mato Grosso do Sul, Felipe Gimenez, espalhando fake news.

No trecho compartilhado pelo ex-presidente, o servidor público afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi eleito pelo povo e que não houve transparência na apuração das urnas eletrônicas.

De acordo com Bolsonaro, a postagem foi feita ‘sem querer’ e de forma ‘equivocada’, após o procedimento de desobstrução intestinal, quando o ex-presidente estava dopado de morfina.

Cerca de quatro horas depois da publicação, o ex-presidente afirma que foi advertido e apagou a postagem. Mas nesse curto espaço de tempo o vídeo já tinha viralizado e compartilhado por vários seguidores.

A informação é que enquanto estava hospitalizado em Orlando, nos Estado Unidos, Bolsonaro viu o começo do vídeo, mas não assistiu à entrevista na íntegra.

A intenção do presidente era encaminhar o vídeo para seu próprio número de celular, para ver depois. Ele teria errado o compartilhamento, e o vídeo foi postado em sua página no Facebook.

Aos policiais federais Bolsonaro afirmou ainda que não emitiu juízo de valor, que não costuma compartilhar conteúdos de desconhecidos, que as eleições de 2022 são páginas viradas e que está à disposição da PF para novos esclarecimentos.

O depoimento de Bolsonaro ocorreu após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), atendendo a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República).

Quanto ao procurador do Estado, Felipe Gimenez, a assessoria de imprensa informou que houve abertura de procedimento preliminar de averiguação, o qual foi submetido ao Conselho Superior, que deliberou pela não abertura de Processo Administrativo Disciplinar.

O procurador está lotado na Coordenadoria Jurídica da PGE junto DETRAN, não ocupando função de direção ou chefia na Instituição. "Quanto a eventuais outros processos de outros membros, segundo Regimento, é vedada a divulgação de notas ou de informações a respeito de trabalhos correicionais em andamento, salvo por expressa determinação judicial", esclareceu o documento.

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