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Política

Procurador de MS é citado em representação criminal do MPF contra ex-presidente

Gimenez apareceu em vídeo postado por Bolsonaro nas redes sociais na madrugada de 10 para 11 de janeiro

Lucia Morel | 13/01/2023 08:37

Procurador de Mato Grosso do Sul, Felipe Marcelo Gimenez, é citado em representação criminal do MPF (Ministério Público Federal) encaminhada ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras. O ministério pede punição pela prática do crime de incitação, previsto no Código Penal que podem ter levado aos atos extremistas contra os três poderes em Brasília.

Gimenez gravou a declaração em novembro do ano passado, mas apareceu em vídeo postado durante live de Bolsonaro nas redes sociais na madrugada de 10 para 11 de janeiro.

O ex-presidente inseriu o trecho da entrevista do procurador em que afirma que o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) não foi eleito, mas escolhido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

As falas são de entrevista de Gimenez à rádio evangélica de Campo Grande no dia 10 de novembro, alguns dias após o segundo turno das eleições e amplamente divulgado em redes bolsonaristas. Já há alguns anos, o procurador defende em entrevistas e postagens em suas redes sociais o chamado voto impresso e a contagem pública deles.

Na representação criminal, encaminhada ontem a Aras, procuradores do MPF sustentam que no vídeo postado por Bolsonaro, “e três horas depois apagado”, questionava o resultado das eleições, isso, dois dias após os ataques ao Congresso Nacional, ao Palácio do Planalto e ao STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília.

Reprodução de parte da representação criminal que cita Gimenez.
Reprodução de parte da representação criminal que cita Gimenez.

“O vídeo mostraria um trecho de uma entrevista de um procurador do estado do Mato Grosso do Sul, em que este defende que a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria sido fraudada e que o voto eletrônico não seria confiável. No recorte publicado, referido servidor alega que “Lula não foi eleito pelo povo, ele foi escolhido e eleito pelo STF e TSE”, e que “Lula não foi eleito pelo povo brasileiro. Lula foi escolhido pelo serviço eleitoral, pelos ministros do STF e pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral”, cita a representação.

Para os procuradores que representam contra o ex-presidente, “a posição de proeminência de Bolsonaro sobre uma porção expressiva da população (até decorrente do cargo que até outro dia exercia) confere a palavras um peso fundamental de endosso às campanhas de desinformação que, por sua vez, nesse momento em que vivemos, movem atos antidemocráticos graves e violentos”.

A reportagem entrou em contato com o procurador, que afirmou que suas falas estão embasadas em critérios técnicos e jurídicos, e que não vê “problema nenhum com isso”. Ele defende ainda que, para compreender suas posições, há “conceitos jurídicos que precisam ser entendidos” e finalizou afirmando que há embasamento técnico em cada uma de suas palavras.

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