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Veículos

Governo estuda prorrogar a obrigatoriedade do airbag e ABS

As mudanças estavam previstas desde 2009 para entrar em vigor em 2014

Márcio Martins | 11/12/2013 22:50
Foto divulgação
Foto divulgação

O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, afirmou ontem (10) durante a assembleia da entidade, que a obrigatoriedade dos itens de segurança airbag e ABS serão adiados até 2016 de forma gradual, a informação também foi confirmada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nessa quarta-feira 11. A obrigatoriedade dos itens estavam previstos já para o mês que vem.

“Estamos preocupados com o impacto sobre o preço do carro, pois o elevaria em até R$ 1,5 mil”, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que vai se reunir na próxima semana com representantes das associações para discutir o assunto. As mudanças estavam previstas desde 2009 impostas por duas resoluções do Conselho Nacional de Trânsito.

Sindicalista Wagner Almeida discursa em assembleia pela continuidade da produção da Kombi. Foto: Paulo de Souza/SMABC
Sindicalista Wagner Almeida discursa em assembleia pela continuidade da produção da Kombi. Foto: Paulo de Souza/SMABC

"Possivelmente, vamos adiar a entrada em vigor. Hoje, 60% dos veículos já têm o equipamento. Passaria para 100% [em 2014]. Possivelmente vamos diferir isso [atrasar] em um ou dois anos. Ainda não fechamos a proposta. Vamos fechar na terça-feira que vem [em reunião com os representantes dos fabricantes de veículos]", declarou o ministro a jornalistas.

O valor citado pelo ministro está correto, ao menos quanto ao preço final para o consumidor. Colocar airbags e ABS num Chevrolet Celta, por exemplo, custa R$ 1.142. Num Fiesta Rocam, até pouco tempo atrás o valor dos itens era de R$ 1.000. O Fiat Palio Fire, por sua vez, recebe ABS e airbags por R$ 1.691.

O Latin NCAP, entidade uruguaia que promove e avalia a segurança veicular na América Latina, afirma que o módulo de airbag frontal duplo, instalado, custa US$ 70 para as montadoras.

Consequências

A MP permitiria que todas as montadoras continuem produzindo automóveis sem airbags e freios ABS, mas a Volkswagen e a Fiat seriam as maiores beneficiadas. Ocorre que os modelos Kombi e Mille, com projetos que datam das décadas de 50 e 80, respectivamente, não têm condições técnicas de receber os dois itens de segurança e teriam que deixar de ser comercializados. Como ambos ainda registram bons números de vendas, seria comercialmente desinteressante para as montadoras retirá-los de produção.

A VW inclusive, já lançou, além de peças publicitárias, uma série limitada da Kombi, batizada de Last Edition, comercializada por R$ 85 mil. A Fiat também prepara uma edição de despedida do Mille, batizada de "Grazie Mille".

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) declarou, por meio de sua assessoria de imprensa, que foram informados desta medida, como decisão, e estão, neste momento, avaliando o assunto.

A Volkswagen, também por meio de nota, declarou: "A Volkswagen do Brasil atende plenamente a legislação vigente.

A empresa seguirá toda e qualquer nova regra a ser aplicada para o setor automotivo". Já a Fiat emitiu um comunicado com declarações semelhantes: “A Fiat aguarda a decisão do Governo e cumprirá integralmente as determinações legais.”

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