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Cidades

Campanha coleta DNA de parentes de desaparecidos de hoje até sexta-feira

Dados serão cruzados com informações de outros estados e países com objetivo de dar respostas a parentes

Gabriela Couto | 14/06/2021 11:42
Primeira coleta foi feita em 25 de maio. (Foto: Henrique Kawaminami)
Primeira coleta foi feita em 25 de maio. (Foto: Henrique Kawaminami)

A DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) realiza entre hoje (14) e a próxima sexta-feira (18) a campanha nacional de coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas.

Segundo o delegado Carlos Delano, titular da DEH, o serviço será permanente para quem busca respostas por familiares que simplesmente sumiram do dia para a noite.  “Basta entrar em contato com o setor de pessoas desaparecidas da delegacia de homicídios para agendar. É preciso de coleta de dois parentes consanguíneos da pessoa que desapareceu”, explica.

O material coletado com um cotonete dentro da boca é catalogado em um banco internacional de informações. Qualquer pessoa localizada sem documentos ou restos mortais não identificados terão o cruzamento de dados automáticos com esse banco de informações genéticas.

“Essa integração de informação digitalizado é um passo muito importante para que essa informação esteja de uma maneira útil, para que essa pessoa seja encontrada. Antigamente levava anos para conseguir identificar restos mortais em outras federais, por exemplo. Agora essa providência de confrontação de DNA, objetiva e cientifica, traça rastro dessa pessoa para levar a saber o que estava fazendo, se teve um crime ou não. E o mais importante, dá um conforto para a família e um enterro digno, um local onde ela poderá receber homenagens”, justificou Delano.

Além de Campo Grande, a coleta de DNA dos familiares de pessoas nessa situação poderá ser realizada no IALF (Instituto de Análises Laboratoriais Forense) nas 11 unidades regionais de perícia oficial, nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Costa Rica, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.

Em Campo Grande, interessados devem fazer agendamento pelo telefone específico de WhattsApp da Delegacia de Homicídios, o 67 9238-4923. É garantido também que o material colhido não será usado em nenhuma outra hipótese além de identificar pessoas desaparecidas.

O método prevê cruzamento de dados de pessoas vivas com o DNA das desaparecidas. Se algum bater, a família que procura a pessoa será avisada. Até o momento nenhuma pessoa foi encontrada com o banco.

Podem doar material parentes em primeiro grau. Entrega de objetos da pessoa procurada também vale, desde que haja material genético. Isso é possível com escova de dente, dente de leite, prótese dentária, aparelho ortodôntico.

Sob responsabilidade do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da RIBPG (Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos), a ação será conduzida no estado pela Polícia Civil, via Delegacia de Homicídios e Coordenadoria-Geral de Perícias, por meio do IALF.

Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Dados - O número de famílias que podem sair da angústia de ter um ente sem paradeiro conhecido, podendo ter sido vítima de violências passa dos 7,7 mil em Mato Grosso do Sul só nos últimos cinco anos.

Desse universo, 3,1 mil, ou 40%, são de Campo Grande. Só em 2021, do dia 1º de janeiro a 20 de maio já foram registrados 409 desaparecimentos, 83 deles na capital

O número de crianças de 0 a 11 anos é de 72, em média, nos últimos 5 anos. No Estado, o índice de localização é perto dos 88%, conforme o dado mais recente.

Quem se dispuser a fazer o procedimento assinará termo de consentimento. Para a retirada de amostra de DNA dos familiares das vítimas, é feito apenas esfregaço da bochecha com um cotonete.

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