Cartórios indicam aumento de 83,3% nas mortes por Síndrome Respiratória em MS
De 24 casos em 2019, são 44 este ano, conforme o Portal da Transparência do Registro Civil
Pelos dados do registro civil, as mortes por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) aumentaram 83,3% este ano em relação ao ano passado. O número revela que em pleno ano de pandemia, os óbitos decorrentes de problemas respiratórios no geral, cresceram.
De 24 casos em 2019, são 44 este ano, conforme o Portal da Transparência do Registro Civil, serviço mantido pela Arpen (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais). Os números, apesar de discrepantes em relação à SES (Secretaria de Estado de Saúde), também revelam o aumento já indicado pela pasta.
Até 16 de agosto, conforme os dados do Ministério da Saúde, foram 463 mortes decorrentes da síndrome, não contabilizados os casos de SRAG que foram causados pela covid-19 até aquela data, que foram 640, totalizando 1.103.
Entre esses 463 casos da síndrome, 433 não foram identificados, ou seja, pelo exame realizado no paciente que foi a óbito, não foi possível verificar que tipo de vírus ou doença causou a síndrome.
Do total de óbitos por SRAG até 16 de agosto em MS, 640 foram pelo novo coronavírus, oito por Influenza, 10 por outros vírus respiratórios, um por outros agentes etiológicos, 11 estão sendo investigados e 433 não tiveram resultado conclusivo.
A discrepância de dados, segundo a SES, decorre porque a atualização do Portal da Transparência pelos registros de óbitos lavrados pelos Cartórios de Registro Civil obedece a prazos legais.
Nota da pasta informa que “a família tem até 24h após o falecimento para registrar o óbito em cartório que, por sua vez, tem até cinco dias para efetuar o registro de óbito, e depois até oito dias para enviar o ato feito à Central Nacional de Informações do Registro Civil (CRC Nacional), que atualiza esta plataforma”.
Já os dados da Secretaria de Estado de Saúde é pelo sistema de informações oficiais Sivep Gripe e E-SUS. “As Notificação de casos são imediatas pelo sistema do Ministério da Saúde”, informa.
Pelos dados dos cartórios, ainda é possível verificar que mortes por causas cardíacas também foram maiores este ano que em relação ao ano passado. Foram 782 em 2020 e 718 em 2019. Óbitos por pneumonia, infarto e AVC tiveram redução em número de casos, com queda de 1.937 para 1.591; 1.250 para 1.133; e de 956 para 795, respectivamente.
Vale lembrar que o aumento de óbitos e casos de SRAG, principalmente não identificados, podem indicar subnotificação de covid-19, com realização de menos testes que o necessário ou falha nos exames.
Conforme a SES, não é possível identificar uma tendência de subnotificação de casos e óbitos de covid-19 com base nas mortes por SRAG. Informações repassadas em junho, indicavam que havia 237 óbitos pela síndrome até 16 de junho, número menor que os 292 registrados no mesmo período de 2016.
“Do exposto, tem-se que no ano de 2020 a quantidade de casos fica 18,8% inferior ao período de 2016, de onde, não se pode inferir que os óbitos declarados e notificados como SRAG, são casos de COVID-19 não identificados”.