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Cidades

MPF pede condenação de servidor do Ibama que tinha criadouro de jacarés

Gerson Zahdi respondia por núcleo de fauna do Ibama ao mesmo tempo que tinha criadouro em Terenos; defesa nega que ele tenha agido por má fé

Silvia Frias | 19/03/2019 08:57
Na ação da PF, em 2011, foram apreendidos 206 animais mortos, além de pele congelada e 3,4 mil vivos (Foto/Arquivo)
Na ação da PF, em 2011, foram apreendidos 206 animais mortos, além de pele congelada e 3,4 mil vivos (Foto/Arquivo)

O MPF (Ministério Público Federal) em Mato Grosso do Sul pediu a condenação de Gerson Bueno Zahdi, servidor aposentado do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) por improbidade administrativa.

Gerson Zahdi era dono de criadouro de jacarés em Terenos, ao mesmo tempo que exercia a função de diretor de Núcleo de Fauna e Recursos Pesqueiros, setor que realiza controle, vistoria e concessão de autorizações e licenças relativas aos assuntos da fauna.

Gerson chegou a ser preso em flagrante em 2011, junto com esposa e filha, por crimes ambientais relacionados à falta de documentação para abate de jacarés e comercialização de carne e de couro dos animais.

Gerson Zahdi nunca negou que tivesse criadouro (Foto/Arquivo: Bonito Pantanal)
Gerson Zahdi nunca negou que tivesse criadouro (Foto/Arquivo: Bonito Pantanal)

Na ocasião, foram apreendidos 206 animais mortos inteiros, 93 cabeças, 22 pacotes contendo carne de jacaré e 84 peles congeladas salgadas. Em dois galpões do criadouro, foram encontrados aproximadamente 3.460 jacarés vivos, de tamanhos diversos, em tanques de alvenaria.

O MPF pede a condenação de Gerson por atos de improbidade administrativa e sustenta que o réu, servidor público federal sabedor das vedações do cargo que ocupava, administrou e explorou comercialmente, de forma ativa e clandestina, atividade empresarial sem a devida autorização até ser preso em flagrante por infringir leis ambientais.

Na defesa, Gerson Zahdi alega que a filha, Ana Karina, era responsável pelo criadouro, com atividade amparada por licença ambiental para captura, coleta, abate, transporte e exposição. Afirma que só se dedicava a essa atividade nos finais de semana, não coincidindo com a função exercida no Ibama. Alega, ainda, inexistência de dolo ou má fé, pois nunca escondeu a criação de jacarés.

Para o MPF, Zahdi agiu com dolo. “Frise-se que se trata de pessoa informada, com formação superior, conhecedora das leis administrativas e, principalmente, das leis ambientais. Agiu com dolo, plenamente consciente de seus atos e suas possíveis consequências”.

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