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Cidades

Multas a funcionário do Ibama criador de jacarés chegam a R$ 17 milhões

Nadyenka Castro | 01/11/2011 16:30

Irregularidades constatadas pela Polícia Federal renderam o montante em multas. A primeira foi de R$ 297,5 mil

Jacaré do criadoro de funcionário do Ibama. (Foto: Divulgação)
Jacaré do criadoro de funcionário do Ibama. (Foto: Divulgação)

O montante em multas ao criador de jacarés e funcionário do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis) em Mato Grosso do Sul Gerson Bueno Zahdi, 64 anos, soma R$ 17,3 milhões.

As multas foram aplicadas em função de diversas irregularidades encontradas pela PF (Polícia Federal) na fazenda onde fica o criadouro, que está embargado. A primeira multa foi de R$ 297,5 mil.

O funcionário do Ibama é dono do criadouro, o único com autorização oficial no Estado, há mais de 15 anos. O Ibama diz que a atividade de criação de jacarés em confinamento está legal, mas Zadhi não tinha autorização nem para transportar nem para manter carne do animal estocada.

A investigação resultou na demissão do engenheiro agrônomo Davi Lourenço do cargo de superintendente do Ibama após 3 anos e meio à frente do Instituto.

Operação - A ação que resultou nas multas teve início em agosto e trabalhos foram realizados também nos últimos dias. Desde o dia 27 o Ibama e a PF fazem fiscalização no Pantanal.

Até esta terça-feira, três equipes fizeram apreensões e aplicaram multas no montante de R$ 122 mil. Em madeireiras de Miranda, inclusive em terras indígenas, foi apreendido um caminhão com 60 metros cúbicos de madeira sem origem legal. A multa foi de R$ 25 mil.

Equipamentos apreendidos na operação Guardiões do Pantanal. (Foto: Divulgação)
Equipamentos apreendidos na operação Guardiões do Pantanal. (Foto: Divulgação)

Em Corumbá, na região do Paiaguás, foi flagrada em uma propriedade rural a extração ilegal de quase nove mil peças de madeira nativa, entre lascas e esticadores, das essências Vinhático, Cumbaru e Pequi.

A propriedade possuía autorização para extração de madeira de árvores mortas e/ou desvitalizadas, porém, a madeira encontrada no local estava verde, indicando que foi extraída de árvores vivas. A multa foi de R$ 56 mil e toda a madeira apreendida.

Foram apreendidas também no local duas motosserras, duas espingardas calibre 22 e um revolver calibre 38. Os responsáveis foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil de Coxim.

A equipe que atuou no município turístico de Bonito fiscalizou cinco restaurantes que comercializavam carne de jacaré e de outros animais silvestres sem a devida autorização do Ibama.

Os comércios foram autuados e tiveram a atividade de comercialização dos produtos da fauna silvestre embargada. Foram apreendidos 76 quilos de carne de jacaré e queixada.

Segundo o chefe da Divisão Técnica da Supes/MS, analista ambiental Mario Rubbo, a operação faz parte da retomada das ações de fiscalização do Ibama no Mato Grosso do Sul e inicia agora uma nova fase, com a participação da Polícia Federal e da Funai.

As equipes de agentes ambientais federais, policiais e indigenistas atuam no interior das terras indígenas da região, em especial as que se encontram em áreas de fronteira, verificando denúncias de extração ilegal de madeira e outros ilícitos ambientais. Um helicóptero do Ibama está sendo utilizado nas ações. A Operação Guardiões do Pantanal não tem data para terminar.

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