ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 25º

Cidades

MS é 6º do País a iniciar vacinação contra covid

Indígena recebeu primeira dose e imunizante já seguiu para o interior, onde até às 8 horas de terça deve começar vacinação

Lucia Morel | 18/01/2021 18:07
Governador Reinaldo Azambuja e os 3 selecionados para as primeiras doses da Coronavac, (Foto: Silas Lima)
Governador Reinaldo Azambuja e os 3 selecionados para as primeiras doses da Coronavac, (Foto: Silas Lima)

Vacinação iniciada em Mato Grosso do Sul. A primeira dose da Coronavac foi simbólica, aplicada na indígena Domingas da Silva, de 92 anos, em solenidade no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. O Estado é o sexto País a começar a vacinação, depois de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Goiás e Piauí.

“Graças a Deus estou muito feliz em ter sido escolhida, quero agradecer muito”, comentou Domingas sobre a felicidade de ser a primeira na lista de imunização. Ela ainda terá de tomar a segunda dose para garantir a proteção, assim como manda o protocolo mundial.

Estrutura logística foi montada pelo Governo estadual de tal maneira que maioria dos municípios possa ter o imunizante até às 8 horas de amanhã. O comboio com as doses sai ás 20 horas rumo ao interior.

“Somos solidários às famílias que perderam alguém. Esse vírus não escolhe as pessoas. Precisamos entender que a pandemia não passou. Se a gente não tiver um freio no número de contaminações, o sistema vai a colapso”, disse o governador Reinaldo Azambuja em sua fala no evento.

A diretora do HR, Rosana Leite, diz que apesar do ato ser simbólico - já que a vacinação em massa começa só nesta terça-feira -, a escolha pelo hospital como ponto de início  “simboliza a fortaleza que tivemos aqui”. A unidade é referência no atendimento de pacientes de covid-19 no Estado.

Médico Márcio Estevão Midom, de 43 anos, atua na linha de frente de enfrentamento ao novo coronavírus. (Foto: Silas Lima)
Médico Márcio Estevão Midom, de 43 anos, atua na linha de frente de enfrentamento ao novo coronavírus. (Foto: Silas Lima)

“Estamos participando de um momento histórico no mundo todo. O Brasil começa a vacinar junto com a gente. Mesmo em baixo quantitativo (são apenas 158 mi doses) é uma luz para o combate da covid-19”, reforça.

Sobre isso, Rosana comenta ainda que “a gente tem a consciência de que não teremos doses necessárias nesse momento, mas temos esperança de que eles serão produzidas e ainda no primeiro semestre, os 3 mil trabalhadores de saúde estejam vacinados”.

“Misto de alegria e esperança. Pode não curar a doença e impedir que você a tenha, mas vai impedir sim que você fique grave, vá para um CTI e vá morrer. Isso é muito importante!”, disse Rosana.

Quanto ao profissional da linha de frente escolhido para o start da vacinação, o representante é o nefrologista Márcio Estevão Midom, de 43 anos.  o terceiro a ser vacinado hoje. "Vivemos muito sofrimento, angústia. A gente se coloca no lugar do paciente, dos familiares para ajudar da melhor forma possível. O principal agora é incentivar as pessoas a se imunizarem e salvar vidas", comenta o médico.

Na opinião da diretora do HR, Márcio é “ uma pessoa ímpar, que se formou na UFMS e é muito envolvido, excelente clínico, atendeu mais de 100 pacientes graves, representa o quanto o profissional da saúde é importante e honra o juramento da bandeira”.

A idosa que mora no Asilo São João Bosco, Maria Bezerra, 83 anos, também foi vacinada. (Foto: Silas Lima)
A idosa que mora no Asilo São João Bosco, Maria Bezerra, 83 anos, também foi vacinada. (Foto: Silas Lima)

Além do médico, também foi vacinada a idosa que mora no Asilo São João Bosco, Maria Bezerra, 83 anos, a segunda na fila deste histórico 18 de janeiro.

A uma semana do aniversário de 83 anos, a pernambucana foi escolhida dentre um total de 83 pessoas acolhidas porque está bem de saúde.

Caso a vacinação começasse nas dependências do São João Bosco, no Bairro Tiradentes, a direção ia sugerir que a campanha começasse pela moradora mais velha, que tem 94 anos.

Mais pessoas – O secretário de saúde Geraldo Resende, por sua vez, lembrou que as três pessoas listadas: profissional da saúde, uma indígena e uma idosa de instituição de longa permanência, resumem o grupo que será prioridade na primeira fase de imunização. "Vamos construir equipes volantes para imunizar esse pessoal”.

Pega de surpresa para ser vacinada, Sandra Maria de Lima, 50, trabalha desde 2006 no Hospital Regional. Ela é justamente quem aplicou a vacina na primeira imunizada do Estado. (Foto: Silas Lima)
Pega de surpresa para ser vacinada, Sandra Maria de Lima, 50, trabalha desde 2006 no Hospital Regional. Ela é justamente quem aplicou a vacina na primeira imunizada do Estado. (Foto: Silas Lima)

Primeiro dia - Desde o momento em que embarcou ontem para buscar as doses do Butantan, em São Paulo, Resende tem se emocionado ao falar dessa nova etapa da luta contra o coronavírus, que completa um ano em março, quando os primeiros casos foram registrados em Mato Grosso do Sul.

“A vacinação agora representa salvar vidas. A gente viu ao longo do enfrentamento da pandemia, várias pessoas se sacrificando para salvar vidas, também tivemos a fase da negação, mas a gente, com a vacina, está vencendo as trevas e obscuridade”.

Cada frasco da CoronaVac tem 10 doses, assim, além dos três listados, outras sete pessoas foram escolhidas no momento da solenidade. “Vamos chamar algumas outras pessoas para aproveitar”, disse a diretora do HR pouco antes da continuidade da vacinação.

Pega de surpresa para ser vacinada, Sandra Maria de Lima, 50, trabalha desde 2006 no Hospital Regional. Ela é justamente quem aplicou a vacina na primeira imunizada do Estado e recebeu também a dose nesta segunda..

"É muita emoção, fiquei muito feliz, a palavra é gratidão, a tudo, nossa esperança chegou, fico feliz de ter vacinado a primeira pessoa. Já cheguei a vacinar mais de 600 pessoas por mês, ou mais. Na pandemia diminuiu", comentou.

Para ela, a vacina é "é um sinal de esperança, é o que nós precisamos. A vacina é o que vai diminuir números, é o que vai fazer a economia caminhar, a população vacinada vai diminuir a doença, sou muito agradecida aos cientistas, ao pessoal da saúde, tenho orgulho de fazer parte. Espero que toda a população seja vacinada", torce.

Nos siga no Google Notícias