Na rede privada, fila de espera para fazer exame de coronavírus é para abril
Laboratórios priorizam coleta em domicílio para exame do coronavírus, feito mediante encaminhamento médico
Com 301 casos confirmados de infecção do novo coronavírus no País, sendo quatro em Mato Grosso do Sul, muitas pessoas estão procurando a rede privada em busca de exames. Em Campo Grande, há lista de espera com agendamentos para abril, por conta da demanda e do desabastecimento nacional do reagente para o teste.
A reportagem entrou em contato com 12 laboratórios em Campo Grande e, destes, identificou quatro que estão fazendo a coleta para exame do novo coronavírus.
Na Multilab, a informação é que a demanda aumentou muito nos últimos dois dias. O laboratório está priorizando a coleta em domicílio e agenda um atendimento por dia. Esta manhã, o cronograma já estava fechado até 20 de abril. O custo é de R$ 250, sem cobertura dos planos de saúde.
Na Labclin, também está sendo priorizada a coleta em domicílio e os interessados já entraram em lista de espera. A responsável técnica pela laboratório, Camila Muzzi, disse que há mais de 100 pessoas listadas, aguardando a coleta. “Só no Whats agora já tem umas 30 a 35 pessoas perguntando, tá uma procura imensa”.
Camila explicou que ontem conseguiu fazer 25 coletas, mas hoje o atendimento foi represado, por conta da falta de reagente, insumo necessário para teste, da empresa terceirizada. No Brasil, os exames são feitos por empresas de São Paulo e Minas Gerais. O custo do exame também é de R$ 250.
Em todos os casos, alertam as clínicas e laboratórios, o exame só é feito mediante encaminhamento médico, não sendo atendida procura espontânea de paciente.
A Sabin também está fazendo a coleta, mas a reportagem não conseguiu contato com a empresa. A BD Diagnóstico funciona como coletora dos laboratórios e encaminha para a de apoio, em Socorocaba (SP), não fazendo atendimento direto de pacientes.
A procura do sistema privado pode ser explicada pelas restrições impostas pela rede pública para realização de exames. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) havia informado que estão sendo priorizados pacientes que tiverem sintomas e contato com casos confirmados.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, foram 88 notificações entre 25 de janeiro até agora. Até 14 de fevereiro, o exame passava pelo Lacen (Laboratório Central) para triagem do painel viral e, caso não fosse identificado, era enviado para laboratório em São Paulo.
A partir do dia 14 de março, o Lacen começou a fazer os exames e, segundo assessoria, a espera está sendo zerada diariamente, atendendo a demanda.
Em Mato Grosso do Sul, 33 casos estão sendo investigados, com quatro confirmações para coronavírus.