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Cidades

PM é condenado por receber propina de contrabandistas de cigarro

Sentença foi publicada 12 anos após operação contra quadrilha; militar também deve ser excluído da corporação

Ana Paula Chuva | 09/05/2023 12:52
Flaudemir chegou a ser preso em 2011, mas foi solto no mesmo ano. (Foto: Reprodução | Facebook)
Flaudemir chegou a ser preso em 2011, mas foi solto no mesmo ano. (Foto: Reprodução | Facebook)

O policial militar Flaudemir Justino Alves, 53 anos, foi condenado por corrupção passiva, 12 anos após ser flagrado recebendo R$ 30 mil em propina de contrabandistas para facilitar a passagem de carretas de cigarro do Paraguai em Mato Grosso do Sul. A sentença da Auditoria Militar foi publicada no Diário da Justiça de segunda-feira (8) e determina também a exclusão do sargento do quadro da corporação.

Flaudemir chegou a ser preso em novembro de 2011, durante a operação Alvorada Voraz, junto com outros militares. A ação foi coordenada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e PRF (Polícia Rodoviária Federal). Na ocasião, foram apreendidas mais de 50 carretas de cigarros em Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná.

A apreensão totalizou 7,5 milhões de maços de cigarros apreendidos, avaliados na época em R$ 20 milhões.  Ao todo, foram 16 pessoas presas, entre elas Alcides Carlos Grejianin, conhecido como Polaco. Ele era apontado como líder da quadrilha e considerado o maior contrabandista do país. Flaudemir foi colocado em liberdade ainda em 2011.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, a ação penal contra Flaudemir teve início em 2013. O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) apresentou gravações interceptadas mostrando o 2º sargento da PM (Polícia Militar) negociando o valor de R$ 30 mil que seria pago por José Evandro Zampieri, contrabandista. O valor seria dividido com o capitão da PM Edval Alves Calixto. .

A defesa do militar chegou a alegar insuficiência de provas para incriminar Flaudemir, que chegou a justificar que tanto ele quanto Edval faziam serviços de corretagem durante as folgas e o dinheiro seria fruto da venda de uma fazenda no Paraguai. No entanto, o juiz Alexandre Antunes da Silva considerou que houve corrupção passiva após analisar provas materiais e depoimentos de testemunhas e informantes. Edval acabou absolvido do processo em todas as instâncias.

Com isso, Flaudemir acabou sendo condenado a quatro anos, cinco meses e dez dias de prisão, mas o regime inicial da pena será o semiaberto. O juiz também determinou que o militar seja excluído do quadro da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul).

À reportagem, o militar alegou que é inocente e que vai entrar com recurso por conta da sentença. Segundo o relato, ele afirma que foi envolvido na operação sem qualquer prova contra ele e que os outros policiais foram absolvidos. "Alguns oficiais, também se envolveram pela mesma razão e fato e foram absolvidos. Minha razão pelo recurso é que a Justiça deve ser para todos", alegou Flaudemir.

Ele afirma ainda que não foi comunicado sobre a expulsão do quadro da PM e que tem a consciência tranquila. "Trabalhei durante 30 anos na gloriosa polícia militar do Mato Grosso do Sul. Atualmente estou aposentado, até na data de reserva sem nenhuma condenação. Tenho em minha ficha mais de 70 elogios. Nunca tive um deslize dentro da corporação, tenho consciência tranquila de sempre ter defendido a corporação. Dei melhor de mim enquanto estava na ativa", finalizou o militar.

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